Nariz trancado, coriza, renite, ardor na garganta, otite, conjuntivite, dor de cabeça e até dor no corpo inteiro. Bastou um final de semana de frio para que as pessoas começassem a sofrer com os sintomas de resfriado e gripe, comuns nesta época do ano. Nas Unidades de Saúde da Prefeitura de Curitiba o movimento de crianças e adultos à procura de medicamentos e de serviço de inalação teve um aumento significativo desde a última sexta (não existem números exatos), quando a temperatura começou a cair.
A diretora do Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde, Karin Luhm, afirma que o Setor de Vigilância verificou que a maioria dos vírus existentes são do tipo Influenza, o mais comum. O pneumologista Afonso Erthal Filho explica, ainda, que a cada ano os vírus vão se adaptando e modificando sua forma de atuação. Este ano, além das queixas mais comuns, seus pacientes têm reclamando também de ardência na garganta. "Dizem que é como se tivessem areia na garganta."
Dados da Secretaria mostram que as Campanhas de Vacinação dos Idosos têm dado resultado. Um indicativo importante é que de 1998 a 2000 o número de internamentos por gripe e pneumonia de pessoas acima de 60 anos reduziu 7%. A Secretaria acredita que, este ano, a prorrogação da campanha até dia 11 deve aumentar a cobertura em relação ao ano passado. Em 1999, na primeira campanha, 95% dos 123 mil idosos do Estado tomaram a vacina. Já em 2000, apenas 77% atenderam à convocação. Este ano, até dia 7, a Secretaria contabilizava 96.427 pessoas vacinadas, correspondente a 76,3% de um universo de 126.311 idosos pretendido.
Para reduzir o número de casos entre crianças, a Secretaria também lançou o programa "Crescendo com Saúde". Com investimentos na ordem de R$ 1,2 milhão no ano, o programa vai colocar mais dez novos medicamentos nos postos de saúde e aparelhos de inalação, além de capacitar os profissionais para o atendimento.
Em Curitiba, no ano passado, cerca de 5,8 mil crianças menores de cinco anos foram internadas por problemas respiratórios pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que representou 28% dos internamentos nesta faixa etária. Dados da Sociedade Brasileira de Pediatria mostram que infecções e alergias respiratórias são responsáveis por 60% das consultas médicas entre crianças menores de um ano.