Freira não consegue deixar prisão

A juíza da 1ª Vara Criminal de Guarapuava, Carmem Silvania Zolondeck Mondin, indeferiu hoje (28/06) o pedido de relaxamento da prisão preventiva da freira Anilse Terezinha Bianchini, 58 anos. A religiosa foi presa no domingo porque vinha atrapalhando a atuação do Ministério Público, que investiga a participação dela em tráfico de crianças, tortura, falsidade documental e coação de testemunhas. O MP já confirmou o envolvimento da freira em três casos de adoções ilegais de crianças e investiga outras 70 denúncias, inclusive com envio de crianças para o exterior.

O advogado disse que vai pedir o habeas corpus no Tribunal de Justiça. Porém, admitiu que pode esperar mais alguns dias para tomar a iniciativa.

A ação proposta pelo Ministério Público foi enviada ao cartório da 1ª Vara Criminal. Nela estão contidos os depoimentos das duas mães que entregaram seus filhos para adoção. São empregadas domésticas, que não tinham condições de sustentar as crianças.

Algumas crianças também prestaram depoimento. A tortura cometida pela religiosa se dava praticamente nos mesmos moldes. O local escolhido por ela era a sala de costura da creche.

A criança era colocada sobre um banquinho e a freira colocava na boca da criança uma máscara de dentista, além de bater nos menores. Uma das mães que depôs era também funcionária da creche. Seu filho tinha um ano e oito meses e costumava morder as outras crianças. Por isso recebia a máscara de castigo. A criança também era obrigada a repetir que não morderia mais os colegas. Como essa atitude é de certa forma comum em crianças dessa idade, várias passaram pela punição estabelecida pela freira.

Aqueles cujo problema era o choro constante, a religiosa costumava colocar um sapato na boca. E para os meninos, ela passava batom e chamava de menininha. As mães disseram ao promotor que por causa dessas atitudes as crianças ficaram traumatizadas, se negam a ir para a creche e mudam seu comportamento ao ouvir o nome da "tia irmã Anilse".

* Leia mais em reportagem de Denise Angelo na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira