Um prédio invadido por sem-teto em Curitiba chamou a atenção de ativistas francesas pelo direito a moradia. As sociólogas Juliana Smith e Fanny Petit e a militante do movimento dos mal-alojados da França Delphine Rochart estão produzindo um documentário sobre a invasão.
As lideranças das 40 famílias sem teto se comprometeram com o governo do Estado a sair do imóvel até as 18h de sábado. O novo local para abrigar as famílias terá de ser encontrado pelo MNLM (Movimento Nacional de Luta por Moradia), que organizou a invasão, no dia 7 de junho.
O filme produzido pelas francesas será exibido para organizações não-governamentais em Paris, onde as ativistas moram. Elas chegaram a Curitiba no domingo e passaram a viver com os sem-teto para saber como é o cotidiano das famílias dentro do prédio.
Delphine Rochart está no Brasil pela primeira vez. Ela disse ter ficado chocada com o abismo entre ricos e pobres do país. Na França, segundo a ativista, a situação das famílias que não podem ter casa própria é semelhante às do Brasil.
A militante contou que há dois milhões de pessoas vivendo precariamente em hotéis, cortiços e nas primeiras favelas que passaram a a ser construídas no país.
Segundo ela, o governo deixou de regular o preço dos aluguéis, que subiu muito, levando muitas famílias a recorrer a um programa social que custeia abrigo em pequenos hotéis.