A Secretaria da Segurança Pública e Administração Penitenciária montou uma força-tarefa para investigar casos de indução ao suicídio de crianças e adolescentes no Estado, incentivados por redes sociais.
Os esforços contam com o Núcleo de Proteção a Criança e ao Adolescente Vítimas de Crime (Nucria), que vai fazer o primeiro atendimento; com o Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber); formalização de inquérito pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP); e apoio operacional do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).
"A orientação aos pais e educadores dos jovens é que se registre a ocorrência, seja preservado o material (celular e/ou computador) e prestado atendimento médico imediato", afirma o secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita.
Na capital do Estado, a ocorrência pode ser comunicada diretamente ao Nucria, que vai fazer o primeiro atendimento, com o apoio de psicólogos especializados que trabalham na unidade. Já no interior do Paraná, a comunicação do crime deve ser feita na delegacia mais próxima, que vai direcionar os casos.
"O trabalho da polícia é de identificar e responsabilizar os indivíduos que possam estar recrutando jovens e administrando jogos por redes sociais, incitando-os ao suicídio", diz Mesquita.
OCORRÊNCIAS – A polícia investiga cinco casos com possibilidade de incitação ao autoflagelamento de jovens entre 13 e 17 anos, que foram atendidos em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) de Curitiba nesta semana: um na UPA Pinheirinho e outros quatro na UPA Sítio Cercado.
"O Cope fez as primeiras diligências e coleta de dados. É importante salientar que nem todos os casos de autoflagelo de adolescentes necessariamente estão ligados a algum tipo de jogo", acrescenta o secretário.
No município de Pato Branco, outro caso semelhante foi formalizado com boletim de ocorrência, de acordo com a confirmação do delegado-geral da Polícia Civil, Julio Reis. "Os casos estão sendo tratados com absoluta prioridade pela equipes da Polícia Civil", reforça ele.
A Secretaria da Segurança Pública também solicitou que a Polícia Científica dê prioridade a eventuais perícias em celulares e computadores apreendidos envolvendo estes casos.
EDUCAÇÃO - A Secretaria de Estado da Educação (SEED) já orientou as escolas em relação ao caso. Os educadores devem ficar atentos e observar mudanças de comportamento nos estudantes, como isolamento, marcas no corpo, alteração no humor e no rendimento nos estudos, tatuagens, etc. A família deve ser avisada e cada caso receberá o encaminhamento necessário.
A secretária de Estado da Educação, professora Ana Seres, esclarece que as escolas estão preparadas para lidar com situações inusitadas e de risco. "Não só nesse caso, mas como rotina, pedagogos, funcionários, professores, enfim, toda a equipe da escola, ao identificar qualquer problema, está orientada a tomar as providências, chamando a família e, se necessário, outros órgãos competentes", disse. "Temos a rede de proteção justamente para ser acionada: escolas, conselhos tutelares, Ministério Público, o importante é manter as crianças e adolescentes protegidos e com assistência necessária", acrescentou.
A secretária lembra que a escola tem papel pedagógico preventivo e de enfrentamento de qualquer situação que interfira nos processos de ensino e aprendizagem dos alunos.
A comunidade também pode fazer denúncias e receber orientações via Ouvidoria da SEED: 0800-419192, ouvseed@pr.gov.br.