A Polícia Florestal de Guaratuba, no Litoral do Estado, interditou na segunda-feira uma feira de animais na cidade, depois de receber denúncia de que os 57 cães, gatos e pássaros em exposição desde o dia 27 de dezembro estavam mal alojados e sendo vítimas de maus tratos. O promotor da feira, Péricles Gomes da Silva, de Guarapuava, e os criadores Nilton Romancini Júnior, de Foz do Iguaçu, Kelly Ribeiro Gonçalves e Marciana da Cunha Bastos, ambas de Curitiba, foram autuados.
Em audiência no Juizado Especial, na tarde desta terça-feira, os três criadores aceitaram a medida alternativa proposta pelo juiz Joscelito Giovani Cé de pagar uma ''prestação pecuniária''. O juiz preferiu não divulgar os valores. Já o responsável pela feira não concordou com a determinação e, agora, vai responder a processo criminal. Nova audiência está marcada para a próxima segunda-feira. A Folha não conseguiu contato com as pessoas envolvidas.
Técnicos do setor de Vigilância Sanitária de Guaratuba acompanharam a vistoria no barracão do Clube Ipiranga, área central, onde a feira estava sendo realizada. De acordo com o comandante da Polícia Florestal de Guaratuba, tenente Durval Tavares Júnior, os animais estavam sem água, sem comida, em gaiolas pequenas, sujas e sem ventilação adequada.
Um cão da raça Pitbull estava com uma das patas machucadas e mal conseguia se levantar, relatou o comandante. Outro cachorro, de 120 quilos (o tenente não soube informar a raça), estava em um espaço de um metro quadrado e bastante estressado, já que chegou a avançar no próprio dono - o promotor da feira.
Em patrulhamento pela Baía de Guaratuba, também na segunda-feira, a Polícia Florestal prendeu, em flagrante, três pescadores, que estavam usando tarrafas no Rio das Ostras, o que é proibido por lei. Carmo Leandro Carneiro, 47 anos, Daniel Peres Carneiro, 20 anos e Alex Jacks de Oliveira, 21 anos, também infringiram a legislação ao usar ''cortadeiras'' para pegar caranguejos. Segundo Tavares Júnior, os caranguejos só podem ser capturados com as mãos, pois o uso de ferramentas pode causar prejuízos aos manguezais, que são áreas de preservação permanente.