O governador do Paraná, Roberto Requião, esta estudando a desapropriação de uma fazenda da multinacional Monsanto, em Ponta Grossa.
A decisão do governador foi motivada por uma reportagem publicada na edição desta semana da revista IstoÉ/Dinheiro denunciando que o grupo Monsanto ameaça confiscar a soja brasileira que tenha sido produzida pela sua tecnologia e que não tenha pago royalties.
Na reportagem fica claro que, como a produção de transgênicos no Brasil é proibida, a Monsanto está confessando que contrabandeou sementes modificadas e agora quer cobrar pelo ilícito.
Requião diz que pretende transformar a fazenda em uma unidade experimental orgânica, em parceira com o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra e com o Movimento da Agricultura Familiar Rural.
A medida, disse o governador, reforça uma das bandeiras do MST, que está na vanguarda da luta contra os transgênicos. O MST ocupou a fazenda de 43 hectares no dia 6 de maio, uma semana depois que 800 participantes da 2ª Jornada de Agroecologia invadiram e destruiram campos de teste de milho transgênico.
Um projeto de lei proibindo o plantio, cultivo e comércio de organismos geneticamente modificados (OGMs), proposto pelo Bloco Parlamentar da Agropecuária, está em discussão na Assembléia Legislativa.
No Paraná, o Porto de Paranaguá - maior exportador de grãos do Brasil - segue orientação do governo federal de não embarcar produtos transgênicos.
A fiscalização é feita por técnicos da Claspar e do Tecpar. Tais medidas asseguram a participação significativa do Paraná, o maior produtor nacional, em mercados como a China, que pretende comprar, só neste ano, 6 milhões de toneladas do produtos no Brasil.