As cerca de 100 famílias que tiveram as casas atingidas pelas chuvas de quarta-feira em Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba, dizem que querem ser relocadas para outras áreas dentro do município. Elas moram no Jardim Iguaçu II, nas margens do Rio Mascate, afluente do Rio Iguaçu. Todos os anos, por causa das chuvas de janeiro, o rio sobe e dezenas de pessoas ficam desabrigadas.
Quarenta e uma pessoas pernoitaram na Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima e só conseguiram voltar para casa no início da tarde desta quinta, depois que a água baixou nos locais mais próximos do rio que estavam inundados. Muitas famílias chegaram a perder todos os pertences por causa do alagamento.
A dona-de-casa Tania Mara Padilha Chuves, de 33 anos, disse que perdeu quase tudo. Ela mora há quatro anos no local e não perdeu as contas do número de enchentes que teve que enfrentar. "A água chega até o nosso joelho. Dá o maior desgosto", afirmou.
Andréia de Fátima Tavares, de 21 anos, foi demitida do emprego de doméstica por causa da chuva. Ela contou que teve que faltar o serviço e que a patroa não perdoou a falta. "Ela viu na televisão tudo o que aconteceu com a gente. Mesmo assim, ela não quis nem saber. Me mandou embora mesmo", contou.
Os moradores da região pedem para que seja dada uma solução imediata para o problema. "Não queremos que regularizem aquela área, apesar de termos pagado por ela. Queremos apenas que nos deixem morar longe do rio, que nos consigam um lote", pediu a dona-de-casa Maria Paulina da Silva, de 50 anos.
O sargento Domingues, do Corpo de Bombeiros, que acompanhou a retirada das famílias da área alagada, disse que as enchentes na região são ocasionadas por causa do transbordo do Rio Mascate, de alguns pesque-pague e por causa do lixo acumulado no leito do rio.
Leia mais em reportagem de Luciana Pombo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira