Paraná

Familiares reclamam da privatização de creches municipais

10 mai 2001 às 17:02

Um grupo de familiares de crianças que frequenta a Creche Jardim Campo Alegre, na Cidade Industrial de Curitiba, fez uma manifestação para tentar impedir o processo de privatização da unidade. Na última terça-feira, os familiares foram chamados para uma reunião com o Núcleo Municipal de Educação e foram informados que a creche passaria por uma transformação.

Segundo a autônoma Neila Bertran, de 25 anos, em 60 dias todos os 25 funcionários da unidade serão transferidos para outros locais e a direção deverá ser transferida para uma empresa privada. "O que vai acontecer com os funcionários da creche? E nós teremos condições de pagar uma creche particular", questionou ela.


Atualmente, os pais pagam uma taxa mensal que varia entre R$ 5,00 e R$ 10,00 para a manutenção dos filhos na creche. A previsão é de que esta taxa chegue a R$ 90,00. "Eles disseram que cada criança custa para a Prefeitura R$ 140,00. A empresa privada vai querer repassar este custo para os pais", argumentou Valéria Bastos Marongoni, de 19 anos, secretária da Associação dos Moradores de Jardim Campo Alegre.


A creche é apenas uma das 26 unidades municipais que serão repassadas para a administração privada. Atualmente, a Prefeitura Municipal de Curitiba mantém 125 creches cadastradas. "O prefeito tem que se conscientizar que ele não está mexendo com um grupo de pais. É com um bairro inteiro", disse Angela Maria, garantindo que o bairro tem apenas a Creche Jardim Campo Alegre.


A assessoria de imprensa da Prefeitura de Curitiba negou a privatização das creches, mas confirmou que a administração será concedida por um ano para as empresas vencedoras da licitação, terceirizando a administração. As empresas vencedoras terão que se responsabilizar pelo pagamento e contratação de funcionários e manutenção das creches. A Prefeitura repassará mensalmente R$ 80,00 por criança para as empresas privadas.


As creches que serão concedidas foram escolhidas por causa da deficiência de funcionários. Os 465 funcionários que trabalhavam nestas unidades serão transferidos para outras creches. Eles cuidavam de 3,2 mil crianças. A assessoria garantiu ainda que nenhuma mensalidade será cobrada. As creches com administração privada continuarão sendo gratuitas e qualquer taxa terá que ser paga em consenso entre administração da creche e pais.

Leia mais em reportagem de Luciana Pombo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira


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