Os ex-garimpeiros do lixão de Ponta Grossa começaram a freqüentar um curso de alfabetização através da informática. É o projeto Luz das Letras, oferecido pela Copel. A maioria dos ex-garimpeiros sabe ler e escrever, porém nunca tinha chegado perto de um computador. "Eu já tenho 50 anos e para mim isso é uma novidade", dizia Angela Ribeiro.
O curso é uma das etapas de qualificação profissional que a prefeitura está oferecendo aos ex-garimpeiros, e também uma forma encontrada pela administração para cumprir a sentença judicial que obrigou a prefeitura a retirar os garimpeiros do lixão e integrá-los em projetos sociais. Além do curso, os garimpeiros estão tendo aulas sobre higiene, cuidados pessoais e noções de administração.
Eles devem integrar a frente de trabalho que deveria ter entrado em atividade no começo do mês. Segundo o secretário de Turismo e Meio Ambiente, Jorge Demiate, que idealizou as frentes, o atraso no início das atividades práticas deve-se à falta de equipamentos de segurança para a realização do trabalho, que ficará concentrado na limpeza dos fundos de vale. "Já fizemos o pedido de luvas e botas para que eles possam trabalhar e assim que esse material chegar as frentes entrarão em funcionamento", promete.
Outro entrave para o início das atividades é a assinatura de um convênio entre a prefeitura e o Grupo Guará, uma Organização não Governamental que está coordenando o trabalho com os garimpeiros. Segundo o secretário, o pedido para celebração do convênio já está na Câmara e deve ser votado na sessão de amanhã.
Os garimpeiros estão recebendo R$ 45,00 por semana. A prefeitura pretende manter essa remuneração por três meses. Depois disso, deve organizar uma cooperativa de reciclagem de lixo para que os garimpeiros não voltem ao lixão.