A década de 90 marca um crescimento das periferias nas metrópoles brasileiras. Quarenta e nove aglomerações urbanas, das quais 13 são consideradas metrópoles, reúnem atualmente 47% da população brasileira. No Paraná, além da metrópole de Curitiba, são consideradas aglomerações urbanas (com mais de 200 mil pessoas em conurbações) Londrina, Maringá, Cascavel e Foz do Iguaçu.
A tendência para as próximas décadas é de redução na velocidade de crescimento dos grandes centros e "interiorização" metropolitana.
Essas e outras informações fazem parte do estudo "Caracterização e Tendências da Rede Urbana do Brasil", desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Unicamp, em parceria com instituições regionais. No caso do Paraná, o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), participou do trabalho.
Entre as novas características das metrópoles encontradas pelos pesquisadores está a periferização das aglomerações urbanas. Populações de baixa renda estão se concentrando nos limites entre o núcleo (cidade principal) e municípios conurbados. Até os anos 80, cada cidade da região metropolitana tinha a sua própria periferia. Hoje, alguns municípios são a periferia dos grandes centros.
Outra característica atual das metrópoles é a redução da velocidade de crescimento demográfico. A exemplo do que tem acontecido em Curitiba, os centros metropolitanos de outras regiões crescem proporcionalmente menos que as cidades mais próximas.
Há ainda uma maior pressão por centros urbanos no interior do País, como Londrina, Maringá, Blumenau e demais cidades de porte médio que têm crescido conjugados com seus vizinhos.
Com base nesse trabalho, o governo federal definiu três grandes áreas de investimentos públicos para as metrópoles. Combate a pobreza, em especial nas periferias das regiões metropolitanas, com ampliação de programas de habitação e infra-estrutura urbana.
Em segundo lugar vem a melhoria da competitividade entre as cidades, através da melhoria dos sistemas viários, de comunicações e de qualidade de vida. "Entre os fatores do chamado custo Brasil está a baixa competitividade de nossas metrópoles quando comparadas com as de outros países", explica o diretor adjunto de estudos regionais e urbanos do Ipea, Ricardo Lima.
A terceira linha de ação será em favor da melhoria da gestão e planejamento nas regiões metropolitanas brasileiras. "Infelizmente esse não é um problema apenas das grandes cidades, precisamos fazer com que o planejamento e administração dessas regiões não sejam deficitárias", completa.