Paraná

Estudantes podem ser despejados da CEU no Paraná

02 out 2003 às 16:44

Mais uma vez os moradores da Casa do Estudante Universitário do Paraná (CEU) enfrentam a ameaça de serem despejados do local. A entidade tem uma dívida superior a R$ 528 mil reais com o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que pretende levar a Casa a leilão em dezembro para receber o dinheiro. A notícia surpreendeu os estudantes na terça-feira, quando o presidente da Casa, Douglas Lorenzi Vizoni, recebeu uma notificação da Justiça.

Na quarta-feira, os estudantes que vivem na CEU, que fica em Curitiba, realizaram uma assembléia para tentar contornar a situação. Segundo José Alcides Marton, interventor da Casa, o INSS já teria aceitado, em negociações anteriores, parcelar a dívida referente ao imposto patronal, em 180 prestações de aproximadamente R$ 2,7 mil.


O problema, no entanto, é que para o parcelamento ser aprovado a CEU no pode ter outras dívidas ativas com o INSS. E a Casa deve mais R$ 28 mil referente ao não recolhimento da cota funcional do imposto do INSS no ano de 1998.


O INSS fixou prazo até a próxima sexta-feira para que a CEU pague os R$ 28 mil reais, caso contrário vai executar a penhora do patrimônio da entidade e levar o patrimônio da Casa a leilão.


Além do prédio na Rua Luiz Leão, que abriga 295 estudantes de diversas partes do país e até estrangeiros, a CEU possui uma chácara no município de Pinhais, avaliada em mais de R$ 600 mil mas que não pode ser vendida. "Tanto a chácara quanto a CEU estão incluídas na penhora", explica Marton.


A CEU também já perdeu todos os prazos para recorrer da decisão. A única alternativa legal que restou para a entidade é tentar uma liminar na justiça que impeça a execução da dívida. "Vamos fazer tudo o que pudermos", garante o interventor.


O presidente da Casa do Estudante Universitário do Paraná, Douglas Lorenzi Vizoni, e interventor, José Alcides Marton, estão mobilizando os ex-moradores da entidade a colaborar na campanha para arrecadar os R$ 28 mil referentes à dívida funcional, que deixou de ser recolhida em 1998.


"Se conseguirmos quitar esta dívida até sexta-feira que vem poderemos parcelar os R$ 500 mil da dívida patronal", diz Marton. O acordo foi feito ontem com a procuradoria do INSS.


Para arrecadar o dinheiro, os dois já enviaram e-mails para 300 ex-moradores solicitando contribuições. "Temos também o endereço de outros 2 mil ex-moradores, mas não temos recursos para fazer tantos telefonemas", lamenta Lorenzi.


As doações estão sendo recebidas na Caixa Econômica Federal, conta 55.000-0, agência 1565. Até agora a Casa arrecadou R$ 300. "Tivemos uma doação de R$ 250 e outra de R$ 50", conta Marton.


As pessoas que desejarem contribuir com a CEU devem entrar em contato com o estudante Cido Feilstrecker, para receber um recibo do depósito. "O dinheiro deve passar pela contabilidade da Casa, para sabermos exatamente quem está contribuindo e com quanto", explica o estudante. O telefone para contato é (0xx41) 324-1984. "Estamos de plantão o dia inteiro", diz.

Adiantamento - Outra solução discutida na assembléia de ontem à noite foi a possibilidade de cada um dos moradores adiantar R$ 100 à Casa. "Mas não temos como definir um prazo para devolver o dinheiro ou para abater do aluguel dos quartos", afirma Marton, que também está buscando ajuda junto a outros órgãos, como a Assembléia Legislativa e a Universidade Federal do Paraná (UFPR).


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