Estudantes do ensino fundamental (do 6º ao 9º ano) da Escola Municipal Coronel Durival de Britto e Silva, em Curitiba, desenvolveram uma pesquisa sobre a interação humana e animal para o Torneio de Robótica First Lego League (FLL), criado para despertar o interesse dos alunos em temas como ciência e tecnologia dentro do ambiente escolar. O tema do torneio deste ano é Animal Aliados.
O projeto escolhido para a competição foi o atropelamento de animais silvestres nas rodovias do Paraná e a solução desenvolvida é a implantação de câmeras que identificam a presença de animais na pista, emitindo um aviso luminoso aos motoristas, que seriam obrigados a reduzir a velocidade.
"O projeto tem que ser inédito e de acordo com o tema proposto pela organização do torneio. Esse já é o 9º ano que participamos da competição e a escolha pelos animais silvestres nas rodovias veio depois que os alunos viram os dados do grande número de atropelamentos", explica a diretora Anaí Rodrigues.
Para o secretário estadual do Meio Ambiente, Antonio Carlos Bonetti, iniciativas como essa são essenciais para a formação dos estudantes. "Atualmente os jovens recebem tantas informações que é difícil selecionarem o que é interessante ou não. E quando oportunidades como essa aparecem, é que a gente percebe o quão capacitados estão. Divulgar o Estado, quem sabe até internacionalmente, por meio de estudantes de escola pública nos deixa muito orgulhosos", afirma Bonetti.
Participaram da reunião, além dos representantes da escola, a coordenadora de educação ambiental da secretaria Daniela Miranda; a coordenadora de biodiversidade e florestas, Sueli Ota; a bióloga Fernanda Goss e a assessora técnica Danielle Tortato.
Torneio
O Torneio de Robótica First Lego League (FLL) é um programa internacional voltado para crianças de 9 a 16 anos, criado para despertar o interesse dos alunos em temas como ciência e tecnologia dentro do ambiente escolar.
A iniciativa também fortalece a capacidade de inovação, criatividade e raciocínio lógico, inspirando jovens a seguir carreira no ramo da engenharia, matemática e tecnologia. Por meio de uma experiência criativa, os competidores são desafiados a investigar problemas e buscar soluções inovadoras para situações da vida real.
Monitoramento
O Conselho Estadual de Meio Ambiente aprovou em outubro do ano passado a obrigatoriedade de diagnóstico, monitoramento e mitigação dos atropelamentos de animais silvestres nas estradas, rodovias e ferrovias do Paraná.
O monitoramento deverá ser feito por concessionárias e gestores das vias, como municípios, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e o Departamento de Estradas de Rodagens (DER), por exemplo.
A proposta do tema foi encaminhada pelo Conselho Regional de Biologia. A resolução aprovada estabelece também que para obter a Licença Ambiental no Instituto Ambiental do Paraná (IAP) o empreendedor deverá elaborar um diagnóstico de atropelamento de animais silvestres, identificando as espécies e os trechos onde mais ocorrem os acidentes.
Aplicativo
Um estudo publicado pela Universidade Federal de Lavras, Minas Gerais, estima que cerca de 475 milhões de animais silvestres morrem, por ano, atropelados nas rodovias do Brasil. A região Sul é a segunda do País onde ocorrem mais atropelamentos - 20% dos acidentes acontecem na BR-277.
No Paraná, entre 2014 e 2016, foram registrados 542 atropelamentos de animais silvestres em estradas e rodovias. Para reduzir esses números, pesquisadores de Minas Gerais desenvolveram um aplicativo para celular para controlar as áreas mais críticas de atropelamento, além de incentivar a formulação de políticas públicas para as estradas.
Chamado de Urubu Mobile, o aplicativo está disponível para o sistema Android e permite aos motoristas registrarem o acidente para ajudar a estruturar o Banco de Dados Brasileiro de Atropelamento de Fauna Selvagem (Bafs) e enviar as infirmações para o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia em Estradas (CBEE) com o objetivo de identificar as áreas onde ocorrem mais atropelamentos de fauna em todo Brasil.
Para isso, basta tirar uma foto do animal atropelado por meio do aplicativo. A localização geográfica é obtida por GPS e data e hora são identificadas automaticamente pelo Urubu Mobile. O aplicativo está disponível no Play Store.