Saber se as pessoas costumam dar esmolas e conhecer as razões que as levam a atender os mendigos. Esse foi o tema de uma pequisa feita por estudantes do curso de psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Para conhecer as respostas, um estudante vestido de mendigo foi pedir esmolas em casas de dois bairros classe A de Curitiba e São José dos Pinhais, na região metropolitana. O resultado foi surpreendente: só 20% das pessoas o ajudaram.
Segundo a professora de psicologia experimental Marilza Mestre, uma das orientadoras do trabalho, o tema escolhido pela equipe de nove alunos foi o medo e a violência urbana. Para isso, eles pegaram um integrante da equipe - homem, forte, cabeludo e saudável - e o levaram para pedir esmolas em casas de pessoas de maior poder aquisitivo. No horário visitado, estavam em casa predominantemente aposentados, mulheres donas-de-casa e empregadas domésticas.
Foram abordadas 20 pessoas, com idade entre 23 a 77 anos, sendo quatro homens e 16 mulheres. Pela metodologia, primeiro o aluno pedia esmola e depois a equipe aproximava-se para contar do que se tratava e aplicar um questionário. Entre os 20% que ajudaram o mendigo, todas eram mulheres e não deram dinheiro, mas sim comida. O argumento de quem deu esmola foram piedade (25%), porque era pobre (25%), por necessidade (25%). Quem não deu, afirmou que o mendigo joga fora o que recebe (15%), não foi convincente (15%), incentiva a vagabundagem, não tem dinheiro e não acha justo.
Leia mais em reportagem de Maigue Gueths, na Folha do paraná deste sábado