As perdas financeiras em conseqüência da estiagem que atingem o Paraná nos últimos meses devem ultrapassar R$ 1,1 bilhão. O cálculo é de técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura. A redução da produtividade da soja é responsável por 79,8% dessa projeção, enquanto o milho ocupa o segundo lugar, com 10,2%. Os outros 10,0% são provenientes de outras culturas.
A reavaliação da produção, feita pelo Deral, confirma, no caso da soja, perda de 16,3%. A expectativa de produção, em condições normais, que era de 12,4 milhões de toneladas, caiu para 10,4 milhões. No caso do milho normal, a previsão inicial era de uma colheita de 7,16 milhões de toneladas, passando agora para 6,88 milhões, com perda de 3,9%. O milho-safrinha ocupara uma área de um milhão de hectares, 10% inferior à plantada em 2004.
As regiões mais atingidas pela falta de chuva regular e que estão registrando maiores prejuízos com a soja são as de Cascavel, com perdas de 13,2%; Campo Mourão, com 22,23%; Francisco Beltrão, com 45%; Toledo com 16,4%; e Jacarezinho, com 12,7%.
Com a quebra na produção de soja as perdas devem chegar a R$ 912 milhões, enquanto que a diminuição da receita com o milho chegará a R$ 63 milhões, safra normal, e R$ 7 milhões com a safrinha.
O prejuízo com o feijão da seca deve ficar em torno de R$ 27 milhões, e o do algodão em R$ 20 milhões. Outras culturas como batata da seca, arroz sequeiro, soja-safrinha e amendoim também tiveram quebra de produção e perdas monetárias.
O governador Roberto Requião enviou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao chefe da Casa Civil, ministro José Dirceu, um ofício solicitando medidas urgentes de apoio à agropecuária paranaense devido à longa estiagem que assola o Paraná nas últimas semanas e aos preços baixos das principais commodities.
Segundo o governador, os produtores necessitam de mais recursos para o custeio da safra 2005 de milho, milho-safrinha e trigo, e a prorrogação das parcelas dos financiamentos de investimentos já vencidos, ou a vencer, para o final do contrato.
Outras medidas propostas pelo governador são a remoção imediata dos estoques governamentais de milho e trigo depositados nos armazéns das cooperativas no Paraná, a liberação de recursos de AGF (Aquisição do Governo Federal), EGF (Empréstimos do Governo Federal), leilões para o PEP (Prêmio de Escoamento de Produção), e os Contratos de Opção.
Se essas medidas não forem adotadas, diz o governador no ofício, os reflexos na economia paranaense e nacional certamente serão negativos, com conseqüências desastrosas, como a redução de aporte na economia, especialmente no interior, que afetarão o comércio e a indústria.
Informações ABr e AEN