Paraná

Estado discute com o Exército a criação da Ferrosul

22 jan 2010 às 20:32

O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, se reuniu nesta sexta-feira (22), em Brasília, com o chefe do Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Exército, general Ítalo Forte Avena, a quem entregou a Resolução do Codesul, o parecer técnico do Grupo de Trabalho criado pelos governadores e outros documentos relativos à criação da Ferrosul.

"A posição do Governo do Paraná e da Ferroeste é que a criação da Ferrosul fortalece o projeto de construção dos novos trechos para os demais Estados do Sul. O Exército está indissociavelmente ligado ao projeto desde a sua origem e queremos que continue cumprindo a sua missão", afirmou o presidente da Ferroeste.


Segundo ele, no encontro foi discutida a celebração de um protocolo a ser firmado entre o Governo do Paraná e o Ministério da Defesa para que o Exército participe dos estudos de engenharia e da construção dos novos ramais. O Exército deverá coordenar a construção de todos os 1.365 quilometros de novas ferrovias e construir diretamente alguns trechos. O início das obras está previsto para 2011 e deve ser concluído em dois anos.


O plano de trabalho elaborado pelo Exército e Ferroeste prevê que a construção será feita em módulos de 50 quilometros. Gomes reiterou que os estudos de engenharia são para trilhos em bitola mista (métrica e larga) e incorporando também o transporte de passageiros. O acordo entre Ferroeste e Exército, autorizado pelo governador Roberto Requião, deve ser assinado em fevereiro.


No encontro de Brasília, o Exército definiu um representante junto à Ferroeste para acompanhar a transferência de R$ 30 milhões do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) destinados pelo Ministério dos Transportes aos projetos da Ferroeste. Os recursos serão transferidos através da Valec, sócia da Ferroeste e responsável pela expansão das ferrovias federais. O dinheiro será utilizado na atualização de projetos de engenharia dos novos ramais que compõem o trecho Maracaju (MS)/Porto de Paranaguá.


"O Exército e a Ferroeste estão trabalhando em sintonia há mais de um ano", ressaltou Gomes. Em agosto de 2009, em um helicóptero militar, a Ferroeste, o Ibama, o Exército e a Mineropar, depois de 20 horas de vôo e 2.500 quilômetros percorridos, concluíram o trabalho de vistoria ambiental aérea, necessário para o licenciamento ambiental dos projetos, pelo Ibama/DF. Na vistoria, técnicos militares também fizeram a prospecção de engenharia dos novos ramais.


A recente parceria entre Ferroeste e Exército começou no I Seminário Técnico de Planejamento da Expansão da Ferroeste, em 18 de dezembro de 2008, em Curitiba. Depois disso aconteceram vários encontros.


O trecho de 248 quilômetros de linhas da Ferroeste entre Guarapuava e Cascavel foi construído pelo Exército entre 1991/94 durante o primeiro mandato do governador Roberto Requião. "Não fosse o Exército se somar ao Paraná, a ferrovia não teria sido construída", disse Samuel Gomes.

Para o general Avena, a expansão da ferrovia é encarada atualmente "como a obra principal do Exército". Segundo o presidente da Ferroeste, "a importância da renovação da parceria com o Exército está na garantia de qualidade da ferrovia a ser construída, nos custos reduzidos de construção, na valorização do Exército e do seu papel na sociedade".


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