Paraná

Entidades querem cães dóceis sem focinheiras

18 set 2001 às 09:56
Uma das cenas mais comuns aos domingos, em Curitiba, são os parques lotados de adultos, crianças e pessoas levando seus cães de estimação para passear. Essa paisagem passou a ser cada vez mais rara. A Câmara dos Vereadores decidiram aprovar um decreto que considera todos os cães de grande porte iguais, independente de serem dóceis ou não.
É o que determina o decreto 643/2001. Não apenas os cães de raças perigosas, mas todos os cães acima de 20 quilos estão obrigados a usar focinheiras quando forem levados a passear. É cada vez mais comum cachorros de raças tidas como pacatas, como o labrador, boxer, são bernardo ou husky com o focinho dentro de um destes equipamentos.
A maioria das pessoas não questionou a lei. Passou a usar as focinheiras ou deixou de passear com seus cães. Um grupo de entidades e pessoas amigas dos animais, no entanto, está contestando a lei, por considerar que o uso da focinheira maltrata o animal. O assunto virou corriqueiro em artigos escritos por veterinários. Os argumentos são vários: a focinheira pode desencadear comportamento agressivo, não é segura, a maioria não é adequada, além de ser contra-indicada para cães cardíacos ou epiléticos.
Para reverter esta situação, os defensores dos animais participaram de uma reunião, na semana passada, com o secretário municipal de Meio Ambiente Ibson Campos. O grupo propõe um tratamento diferenciado para os cães de grande porte, mas de raças não perigosas. A idéia é que os proprietários cadastrem os animais na prefeitura, apresentem atestado veterinário de saúde, comprovante de vacinas e assinem um documento responsabilizando-se pelos seus cães.

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