Paraná

Encontro discute redução da gravidez na adolescência

28 out 2007 às 14:54

A redução do número de adolescentes grávidas entre as alunas da Escola Municipal Durival de Britto e Silva, na Vila Oficinas, está entre as vitórias do trabalho voluntário de educação em saúde realizado por jovens capacitados pelo programa Saúde e Prevenção nas Escolas, da Secretaria Municipal da Saúde. A experiência será apresentada nesta segunda-feira (29), no 3º Encontro de Protagonismo Juvenil do Centro de Convivência Menina Mulher e 1º Encontro de Protagonistas Veteranos, que começará às 9h, no Centro Universitário Positivo (Unicenp). Até 2004, eram registrados na escola até seis casos de gravidez não planejada por ano. Em 2005, não houve casos e, em 2006, apenas uma jovem de 17 anos - casada e que desejava ser mãe - engravidou.

O encontro terá a apresentação feita pela estudante e protagonista juvenil Ainoan Arlindo, 15 anos. No ano passado, ela concluiu o Ensino Fundamental na escola da Prefeitura onde desenvolveu o trabalho de educação em saúde. Agora estuda no Colégio Estadual Natália Reginato, onde pretende implantar a ação, e é um dos cerca de 5 mil adolescentes capacitados no município desde 2001.


A estudante, que freqüenta o ensino regular à noite e faz um curso técnico no Serviço Nacional de Aprendizado Industrial (Senai) à tarde, conta que ela e outros cinco alunos protagonistas usaram uma estratégia simples e muito eficaz entre os adolescentes. "Fizemos muitas palestras no laboratório de ciências, rodas de conversa e divulgação nos corredores da escola sobre a importância de conhecer o funcionamento do próprio corpo e prevenir gravidez, aids e outras doenças sexualmente transmissíveis e da relação que a saúde do homem tem com a saúde do meio ambiente", diz.


A iniciativa é um exemplo das dezenas de projetos em prática a partir de escolas públicas municipais em funcionamento de Curitiba, com o apoio da Prefeitura, para promover a saúde integral e a cidadania dos jovens cidadãos curitibanos. Para Ainoan, que pretende estudar psicologia e desenvolver projetos na área de saúde reprodutiva do adolescente, oportunidades como estas fazem a diferença para os jovens que, por alguma razão, não podem discutir estes assuntos em família. "O simples ato de tomar conhecimento do próprio corpo favorece a auto-estima e leva o jovem a compartilhar este benefício, fazendo dele um protagonista em potencial", afirma.


O evento é organizado pelo Centro de Convivência Menina Mulher. Além da Secretaria Municipal da Saúde, também conta com o apoio da Secretaria Municipal da Educação e da Fundação de Ação Social, que mantém o programa Agente Jovem.


Cenário - Em Curitiba, moram 320 mil cidadãos de 10 a 19 anos de idade, o que representa 18% da população. A taxa de gravidez na adolescência, que esteve próxima de 20% no início da década, já caiu para menos de 16%. A faixa etária também concentra 2% de todos os doentes de aids do município, com 152 casos.

Até quarta-feira (31), data de encerramento do evento, cerca de 600 pessoas - entre estudantes de escolas públicas, educadores e familiares de adolescentes inscritos para as oficinas e observadores - deverão participar de atividades ligadas à promoção de conhecimento sobre sexualidade do adolescente, meio ambiente e cidadania.


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