As empresas Plumbum, São Brás e Exmil terão que responder judicialmente pela contaminação de áreas no município de Adrianópolis (Região Metropolitana de Curitiba). O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) deve entrar com ações contra essas empresas junto ao Ministério Público e, também, diretamente nos órgãos judiciários (cívil e penal) competentes.
Nas áreas de propriedade dessas empresas foram encontradas "montanhas" de resíduos de chumbo, que estão contaminando o solo da região, além da água e sedimentos de fundo do Rio Ribeira. O IAP continua vistoriando a região para verificar se existem outras fontes de contaminação.
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do grupo Votorantin, proprietária da área da Mineração Rocha, em Adrianópolis, foi a única que se livrou da ação do IAP. Pedro Dias, chefe do licenciamento do órgão, explicou que a CBA, mesmo fora do prazo, apresentou proposta de retirada do material e recuperação da área. "O plano da CBA está sendo analisado a partir de critérios técnicos definidos pelo IAP."
As quatro empresas já tinham sido multadas pelo IAP. A multa aplicada contra a Plumbum e a CBA foi de R$ 2 milhões cada uma. Já nos casos da São Brás e Exmil o valor foi de R$ 50 mil. Todas entraram com recursos para não pagar as multas, mas somente a CBA anexou o plano de recuperação à sua defesa.
Agora, além de poderem ser obrigados pela Justiça a pagar os valores estabelecidos pelo IAP, os proprietários das empresas podem também ser presos. "O objetivo maior dessa medida não é receber a multa, mas sim exigir que as áreas sejam recuperadas", alertou.
Dias informou que as empresas adotaram medidas paliativas para conter o material e evitar que a contaminação atingisse outras áreas. "Mas isso não é o bastante. Não podemos admitir que a sujeira fique embaixo do tapete."
Ainda segundo Dias, a intenção do IAP é começar um inventário da situação dos resíduos tóxicos no Paraná, a partir do levantamento de áreas que já abrigaram mineradoras ou outras indústrias geradoras de material poluente. A exemplo do que vem sendo feito em Adrianópolis, o órgão quer identificar os responsáveis e exigir providências.