O clima mundial vive a transição do fenômeno "La Ninã" para o "El Niño", o que deverá causar profundas alterações na distribuição de chuvas pelo planeta. A informação é do meteorologista Luís Renato Lasinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Ministério da Agricultura. No Paraná, haverá mais chuvas a partir do segundo semestre e o inverno será mais rigoroso.
Segundo o meteorologista, os dois fenômenos, que se originam na região equacional do Oceano Pacífico, não têm regularidade para acontecer, mas é possível prevê-los com uma antecedência de dois a três meses.
"Em razão da pressão atmosférica na Austrália e dos ventos alísios, conseguimos detectá-los com alguma antecedência, mas eles não têm uma periodicidade para ocorrer", disse Lasinski em entrevista à Rádio Paiquerê AM, acrescentando que o La Niña está predominando há dois anos.
"La Niña" ocorre quando a superfície das águas do Pacífico fica mais fria; quando a temperatura sobe, ocorre o "El Niño". Lasinski atribuiu ao La Niña os fenômenos climáticos que ocorreram no Brasil nos últimos meses: chuvas irregulares e estiagem no sul do país, que prejudicou a agricultura, e as enchentes em estados do norte e nordeste. "Agora, a partir do segundo semestre, haverá uma inversão disso: no centro-sul do país teremos chuvas mais regulares e no norte e nordeste, haverá seca".
No Paraná, disse o meteorologista, as chuvas até o final deste mês ainda não serão regulares, mas o frio irá prevalecer, com queda das temperaturas médias entre um e dois graus mais baixas. "As massas de ar frio virão com mais intensidade no Paraná e no centro-sul do estado a previsão é de que ocorram geadas até meados de setembro", afirmou Lasinski.