Donos de caminhonetes roubadas em Curitiba querem que a polícia faça uma inspeção geral em todos os veículos que tiveram seus motores trocados de gasolina para diesel. É que eles acreditam que 90% dessas caminhonetes receberam motores roubados de outros veículos. Desesperados, os proprietários de caminhonetes, que se organizaram em uma associação, estão oferecendo R$ 5 mil para cada veículo que conseguirem recuperar.
Um dos integrantes da Associação de Vítimas de Roubo de Caminhonetes Diesel, que preferiu não se identificar por medo de represália, G.P. mostrou relatório da Polícia Militar que aponta um total de 434 caminhonetes roubadas entre julho do ano passado até agora em Curitiba.
O índice de veículos recuperados, disse G.P., é de 0,001%. Daí a iniciativa dos próprios donos lesados de se reunirem para cobrar providências das autoridades competentes. A organização já conta com cerca de 80 associados. "Somente na Avenida Anita Garibaldi, 13 vizinhos perderam sua caminhonetes."
Com a divulgação do valor da recompensa na semana passada, afirmou G.P., a associação recebeu vários telefonemas de pessoas que teriam informações sobre os veículos roubados. Eles descobriram, inclusive, que um motor de caminhonete a diesel roubado é vendido por cerca de R$ 3 mil, enquanto que um novo não sai por menos de R$ 12 mil.
As caminhonetes roubadas, segundo G.P, custam de R$ 25 mil até R$ 60 mil. Com o aumento no número de roubos, o valor do seguro se tornou inviável para muitos proprietários. Ele mesmo disse que está pensando em vender o seu veículo porque não dá conta de pagar os R$ 5 mil anuais pedidos pela seguradora.
O novo titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, Alcimar de Almeida Garrett, disse que da reunião que teve com os donos de caminhonetes roubadas na sexta-feira, ficou acertado o desenvolvimento de um trabalho conjunto. "Com as informações que eles nos repassarem, faremos as investigações."
Garret alerta as pessoas que forem comprar caminhonetea usadas para terem o cuidado de submeter o veículo a uma inspeção prévia. A própria delegacia conta com setor de perícia, que se propõe a esse tipo de verificação.
O telefone de contato com a associação é 9993-3165.
Leia mais em reportagem de Andréa Lombardo, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta terça-feira