O doleiro Alberto Youssef já está no prédio da 2ª Vara Federal Criminal de Curitiba para depor. O procurador João Vicente Romão, um dos responsáveis pela denúncia de desvio de dinheiro para o exterior através de contas CC-05, deverá assitir ao depoimento.
De acordo com a Folha de Londrina, Youssef, que está preso na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba desde o último dia 2, deveria falar em juízo na quarta-feira da semana passada, mas preferiu permanecer calado diante do juiz federal Sérgio Moro. Os advogados de Youssef alegaram que o prazo para a análise dos quase 30 volumes do processo foi insuficiente, e requisitaram ao juiz a realização de novo interrogatório. O pedido foi deferido.
Além de questionar a competência da 2ª Vara em atuar como órgão especializado em crimes contra o sistema financeiro, a defesa quer levar o caso para julgamento em Foz do Iguaçu, onde tramitaram diversos inquéritos desencadeados pela PF na região da fronteira, na investigação que ficou conhecida como Operação Macuco. Ou então para Londrina, onde as investigações de sonegação foram iniciadas através da Receita Federal.
Figueiredo Bastos, um dos advogados de Youssef, afirmou que seu cliente só irá responder à Justiça, e que ele não irá depor na CPI do Banestado.
Youssef foi preso em Londrina, no Dia de Finados, por volta do meio-dia, quando saía do Cemitério Parque das Oliveiras. Ele é acusado de sonegar R$ 118 milhões em impostos, que deveriam ter sido pagos pela Youssef Câmbio e Turismo, uma agência de câmbio de sua propriedade entre 1996 e 1999; de envio de mais de R$ 30 milhões ilegalmente ao exterior através de contas CC-5 (para não-residentes no País); e de movimentar pelo menos US$ 3 milhões em uma conta de sua cunhada, Cristina Fernandes da Silva, na agência do Banestado em Nova York.
O doleiro também é acusado em outros processos de crimes de lavagem de dinheiro em andamento, entre eles desvio dos cofres públicos dos municípios de Maringá e Londrina e da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Youssef foi filmado pelo circuito interno de uma agência bancária em Curitiba participando de uma transação referente à compra de créditos indevidos da Olvepar pela Copel.