A Central Estadual de Transplantes, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde, registrou um aumento no número de doações de órgãos para transplantes no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. O total de notificações recebidas foi de 711 até junho, 14% maior que no mesmo período de 2002, que foi de 605.
"Precisamos diminuir a fila de espera por órgãos e só vamos conseguir isso quebrando tabus quanto à doação", disse o Secretário de Estado da Saúde, Cláudio Xavier. A notificação feita pelo hospital à Central Estadual de Transplantes sobre os órgãos disponíveis é o primeiro passo para o processo de doação, que só pode ser feito com autorização por escrito da família.
Após a notificação, equipes médicas credenciadas pela Central tomam todas as medidas para retirada dos órgãos, verificação do receptor que está em primeiro lugar na fila única, transporte e aviso ao hospital que realizará a operação.
De acordo com a coordenadora da Central, Arlene Terezinha Cagol Garcia Badoch, o aumento nas notificações significa uma esperança a mais às pessoas que aguardam por uma doação. "As notificações devem continuar crescendo para que as chances de sobrevida das pessoas que precisam de um transplante com urgência também aumentem", afirma.
O trabalho dos profissionais de saúde responsáveis por informar a Central sobre possíveis doadores é fundamental. Em caso de doação de córneas, cartilagens, ossos e pele, o hospital pode entrar em contato com a Central Estadual de Transplantes até seis horas após a parada cardíaca, sempre depois da autorização da família.
No caso da doação de rins, fígado, coração, pulmão e pâncreas, a notificação é realizada após contato com a família, quando o paciente encontra-se em morte encefálica, diagnosticada no hospital. A remoção desses órgãos e o transplante devem ser imediatos.
Hoje, existem 3.540 pessoas na fila de espera para transplantes no Estado. Deste total, 65 estão à espera de transplante de coração, 1.036 de córnea, 406 de fígado e 2.032 de rim.