Uma representação pedindo providências contra a expulsão de moradores de rua da cidade de Apucarana será encaminhada ao procurador-geral de Justiça do estado pelo chefe da Ouvidoria-Geral de Cidadania da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Pedro Montenegro.
"Se é crime o fato de não ter uma ocupação habitual, não ter moradia, então teremos milhões no Brasil nessa situação", advertiu Montenegro.
Segundo o ouvidor, houve uma denúncia de que os moradores de rua estariam sendo expulsos do município pelos órgãos públicos locais e alguns deles teriam sido inclusive fichados pela Polícia.
"Esse tipo de agressão a mendigos, moradores de rua, segue a idéia de fazer uma limpeza étnica e social que é tolerável dentro de um Estado de Direito Democrático", acrescentou.
Segundo o prefeito e ex-padre, Valter Pegorer, os andarilhos que estão em Apucarana são "malandros de rua", que incomodam a população com o consumo de drogas e álcool, banho nos chafarizes públicos e xingamentos aos transeuntes.
O prefeito explicou que recentemente foram abordadas 15 pessoas. As que eram do próprio município foram reconduzidas a suas casas. Seis delas optaram por viajar para cidades próximas e tiveram as passagens pagas. "Isso não significa enxotar, expulsar ou coisa semelhante", argumentou.
Pegorer, que foi padre durante oito anos, informou ainda que sempre trabalhou com moradores de rua: "Em hipótese alguma eu deixaria de lado tudo que aprendi ao longo da vida". No município, lembrou, existem diversos programas de atendimento a pessoas em situação de risco social.
Com informações da Agência Brasil