Paraná

Desmatamento ajuda propagação da hantavirose

08 dez 2000 às 15:51

Os ratos silvestres encontrados e identificados em General Carneiro (Sul do Paraná) são os principais hospedeiros do vírus que provoca a hantavirose e podem estar procurando abrigo em barracões e casas por causa do desmatamento. A conclusão é do professor Ives José Sbalqueiro, que trabalha com o setor de genética e distribuição de animais silvestres na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

De acordo com ele, a espécie Oligoryzomy nigrips, identificada pelos pesquisadores do Instituto Adolfo Lutz como predominante no município de General Carneiro, vive em regiões de matas e florestas, em locais próximos a banhados. "É uma espécie em potencial para ser hospedeira", definiu ele.


O professor relatou que o desmatamento de pinos na região pode fazer com que os ratos silvestres procurem abrigo e alimentação. "Eles procuram estes abrigos principalmente em busca de alimento. Eles vivem em locais secos e se alimentam de frutos e sementes", explicou.


Os ratos silvestres desta espécie podem ser encontrados do Uruguai até São Paulo. "Eles são de ampla distribuição no País", salientou. No Paraná, eles podem ser encontrados do Litoral até a fronteira com o Paraguai. "Eles só não vivem nos grandes centros urbanos. No restante do Estado, eles podem ser encontrados em larga escala", afirmou.

Em contato com outros animais, silvestres ou domésticos, os roedores podem transmitir o vírus que ocasiona a doença. "A priori qualquer animal pode ser transmissor. O que se precisa descobrir é quais são os hospedeiros do vírus e potenciais propagadores da doença. E este é um trabalho demorado", salientou.


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