Os 80 quilômetros da PR-405, estrada de terra que liga Cacatu a Guaraqueçaba, no Litoral do Estado, estão sendo conservados com seixo (pedra) extraído dos leitos de rios que secaram. A nova técnica, inédita no País, começou a ser aplicada pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER) e tem o apoio das entidades ambientais e outros órgãos oficiais. "Dessa forma não será mais necessário retirar o seixo dos leitos dos rios (que ainda têm água), como é feito atualmente", disse Euclides Grando, coordenador do Grupo Integrado de Gestão Ambiental.
Para Grando, um dos aspectos mais importantes desse processo é a constante pesquisa para a descoberta de novas jazidas. Até agora foram localizados quatro locais, mas a área é propícia para encontrar novos locais com seixos. "Levamos oito meses pesquisando antes de iniciarmos o trabalho e aos poucos conseguimos encontrar mais locais estratégicos", disse o coordenador.
O geólogo do DER, Rui Assad, explica que os custos para manutenção continuarão os mesmos. "O seixo que está sendo retirado é de boa qualidade. Como sistema alternativo o material utilizado corresponde à expectativa", disse ele, lembrando que mensalmente são utilizados 300 metros cúbicos de pedra para a manutenção do trecho.
Os lugares usados para o fornecimento do seixo utilizado na rodovia são encontrados nas áreas próximas aos rios Tagaçaba de Cima e Serra Negra que somam uma reserva de cerca de 120 mil metros cúbicos de material.
A empresa Mineropar (Minérios do Paraná S/A), realizou no início da década de 90 uma avaliação na região de Guaraqueçaba, para localizar os principais depósitos de cascalho, que podem funcionar como alternativa para a conservação de estradas.
Segundo o diretor-técnico Marcos Vítor Dias, a região litorânea é rica nesse tipo de minério. "Os rios têm abundância deste material e sua extração não provoca nenhum dano ao ambiente, desde que seja feita com racionalidade", concluiu.