Paraná

Deputados governistas aprovam termelétrica em Araucária

27 set 2001 às 16:37

Os deputados estaduais aprovaram na noite de anteontem, numa sessão extraordinária e com a presença de apenas 25 dos 54 parlamentares, o projeto de lei de autoria do deputado estadual Valdir Rossoni (PTB) que autoriza a construção da Usina Termelétrica da Conversora de Fertilizantes e Energia Elétrica do Paraná (Cofepar) em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba.

A aprovação contou com o protesto dos deputados de oposição e de integrantes da Comissão do Meio Ambiente. As seis emendas apresentadas foram rejeitadas pela maioria dos parlamentares. "O que se viu nesta Casa foi um desrespeito aos deputados estaduais", salientou o deputado estadual Algaci Tulio (PTB), que tentou agendar algumas reuniões da comissão, mas todas elas sem quórum para discussão da matéria.


Entre as emendas que haviam sido apresentadas estava a proposta da deputada estadual Luciana Rafagnin (PT) que pedia a realização de um plebiscito em Araucária para que o povo decidisse sobre a necessidade de instalação da empresa. "Temos de um lado os ambientalistas que nos dizem que a termelétrica irá prejudicar o meio ambiente. De outro lado temos os técnicos da empresa e os deputados governistas que insistem na geração de empregos e nos investimentos que serão feitos na região. O povo tem que ter o direito de analisar o contraditório e escolher o que quer fazer", analisou ela.


A comissão do Meio Ambiente da Assembléia recebeu um laudo técnico do professor Osvaldo Sevá Filho, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), dizendo que Araucária possui clima e relevo impróprios para a construção de uma usina termelétrica à base de óleo combustível. Junto com o laudo, foram anexadas mais de 30 mil assinaturas de moradores do município.


O deputado Valdir Rossoni justificou que o projeto "é de vital importância para o desenvolvimento de Araucária e para o projeto do governo federal de geração de fontes de energia elétrica". De acordo com ele, a Usina Conversora usará como insumo o óleo combustível, transformando a energia química em elétrica e vapor de alta pressão. A previsão é de produção de 5,3 milhões de megawatts/hora por ano de energia elétrica, para uma potência nominal de 653 MW, além de 2 mil toneladas por hora de vapor e 99 mil toneladas por ano de fertilizantes.

O local escolhido para a construção da usina é um terreno da área industrial da Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), com investimentos estimados em US$ 600 milhões. A previsão é colocar a usina em operação até o fim de 2003, criando 90 empregos diretos e mais 500 indiretos na fase de operação.


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