Grampos, parafusos, pedaços de borracha, insetos e até uma rã morta fazem parte do cardápio oferecido pelo Governo do Estado aos presos. O levantamento foi feito pelo deputado Tadeu Veneri (PT), da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Paraná. O balanço foi realizado no decorrer dos últimos nove meses nos principais presídios do estado. A situação mais grave foi encontrada em Curitiba. "O alimento é de péssima qualidade. Estão pagando muito dinheiro por algo que está muito aquém do que foi prometido pelas terceirizadas", destacou.
São gastos entre R$ 90 milhões e R$ 120 milhões com a alimentação dos presos no Paraná. O governo mantém contratos com três empresas para dar conta de toda a demanda. Pelos acordos, a marmita oferecida precisa ser composta por arroz, feijão, um tipo de massa, carne e salada. "Mas o que nós constatamos é que, no kit, vem 80% de arroz com farinha, pouco feijão e um pedaço de linguiça. Quando tem salada, vem com vermes, insetos e até rã. É uma realidade registrada em todo o Paraná", ressaltou.
Veneri também falou em fraude envolvendo os contratos. "Quando se tem um serviço muito caro e de pouca qualidade precisamos desconfiar", disse. O levantamento feito pelo deputado foi enviado ao Ministério Público (MP) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual de Segurança Pública nega irregularidades e garante que todas as reclamações recebidas são apuradas e resolvidas. Atualmente, as terceirizadas são responsáveis por fornecer 21 mil refeições diárias ao sistema prisional paranaense.