Os advogados de defesa dos dois delegados e de um investigador da Polícia Civil presos em operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), entraram na Justiça na noite de quarta-feira (3) com pedido de liberdade dos três presos. Os advogados alegam falhas nas investigações do Gaeco para a prisão e acusação dos envolvidos. A decisão da Justiça deve sair ainda nesta quinta-feira (4).
O Gaeco prendeu na manhã de quarta, em flagrante, os delegados Gerson Machado, do 6° Distrito Policial de Curitiba, Luiz Carlos Oliveira, titular da Divisão de Crimes contra o Patrimônio, e o investigador Aleardo Riguetto, também do 6° DP. Eles foram presos por porte ilegal de armas e munições. Com Oliveira ainda foi encontrada quantia de US$ 98 mil dólares.
A prisão ocorreu durante a Operação Vortex, que investiga cobranças de propina e extorsão. Onze pessoas, sendo três delegados e oito policiais civis, são suspeitos de cobrar para não avançarem com as investigações sobre desmanches de veículos.
Segundo o advogado Rafael Pellizetti, que defende Machado e Riguetto, as prisões foram precipitadas e não tem relação com a investigação. No caso do delegado, o advogado alega que a arma encontrada com ele era antiga e não estava com a documentação em dia. Quanto ao investigador, Pellizetti afirma que as munições encontradas seriam antigas, de uma época em que ele trabalhava com esse tipo de armamento e, por falha, teria guardado em casa.
"Sobre a investigação, houve confusão pela prisão deles e acharam que estão envolvidos, mas eles são inocentes. Ao delegado Gerson, quando era da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, foi oferecido dinheiro para que fizesse 'vista grossa' para alguns casos, mas ele não aceitou", alega.
O advogado Marden Maues, que defende o delegado Oliveira, critica a atuação do Gaeco e diz que não há provas que corroborem qualquer ação penal contra o delegado. "Não ficou comprovado nada, nenhum tipo de conversa ou qualquer conduta criminosa. Foi uma colocação vergonhosa do Gaeco", afirma.
Quanto às munições encontradas com Oliveira, o advogado diz que seriam antigas, que estavam guardadas em uma caixa e fora de uso. Sobre o dinheiro, Maues diz que foi obtido em um cassino em Porto Iguaçu, na Argentina. "Ele frequenta o local uma vez por mês e tenho as notas fiscais que comprovam que ele esteve lá", completa.