Um programa de geoprocessamento da Prefeitura de Curitiba vai permitir a identificação e o controle de vazamentos de combustíveis e a localização de nascentes e fontes de água subterrâneas em Curitiba. Desenvolvido nos últimos dois anos pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente, o projeto "Perfil das Águas Subterrâneas de Curitiba" reúne informações sobre a água do lençol freático, os poços de monitoramento em postos de combustíveis, cemitérios, aterros sanitários, sondagens geológicas e poços artesianos utilizados no abastecimento de água doméstico e empresarial.
No perfil, há um mapa com 600 pontos de referência dos lençóis freáticos (de até 15 metros de profundidade) e com 150 pontos dos poços existentes no subsolo da cidade (com até 100 metros de profundidade). O sistema também permite a localização de pontos de afloramento de água (nascentes e fontes) e o mapeamento da qualidade da água subterrânea.
Outra função é como ferramenta de planejamento urbano, identificando áreas de fragilidade ambiental ou para obras de construção civil. O projeto foi viabilizado por meio de convênio firmado com o Ministério do Meio Ambiente, no valor de R$ 100 mil.
Para o professor de Geologia da Universidade Federal do Paraná, Eduardo Salamuni, se bem executada, a proposta é boa. Segundo ele, a maioria dos lençóis freáticos - que é a água imeditamente embaixo da terra - está contaminada por atividades comerciais, ou por esgotos. Hoje, cerca de 40% do esgoto não é coletado e dos 60% recolhidos, 20% não é tratado.
Salamuni considera também ausente a fiscalização sobre os poços tubulares (conhecidos como artesianos - que estão abaixo das rochas, a partir de 40 metros de profundidade). Ele explicou que em regiões específicas da cidade, onde se concentram muitos prédios, há excesso de bombeamento de água, diminuindo a vazão.
Na avaliação do professor, a melhoria no monitoramento e controle fiscal são necessários para preservar a qualidade das águas subterrâneas que cortam a Capital.