Paraná

Curitiba: bairros com UPS concentram metade das mortes

31 jan 2013 às 17:23

Apesar de apresentar queda de 12,8% no índice de homicídios em 2012, na comparação com 2011, Curitiba ainda concentra 47% dos assassinatos em bairros que receberam as Unidades Paraná Seguro (UPS). Do total de assassinatos em 2012 (597 somente na capital), 281 homicídios dolosos foram registrados apenas nos seis bairros das UPSs.

Os números são do relatório de criminalidade divulgado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública do Paraná (SESPR) nesta quinta-feira (31). A maior parte das mortes ocorreu na Cidade Industrial de Curitiba, que tem cinco UPSs e teve 98 homicídios no ano passado (16,4% das mortes da capital em um bairro). Nos outros bairros com UPS, os assassinatos foram: 33 no Uberaba, 12 no Parolin, Sítio Cercado com 43 mortes, Cajuru 48 e Tatuquara com 47 assassinatos.


Essa concentração de nas áreas de UPS reflete, segundo o delegado da Polícia Federal e coordenador do Núcleo de Pesquisa em Segurança Pública e Privada da Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), Algacir Mikaloviski, a necessidade de uma nova postura de Curitiba perante a Região Metropolitana. "É necessário que Curitiba assuma postura de comando e liderança para o fortalecimento da região contra a criminalidade, ajudando e trabalhando com os municípios menores", comenta.


Essa postura de liderança é necessária, segundo o delegado, por causa do crescimento da região metropolitana, que cada vez mais comporta moradores e criminosos que atuam na Capital. "Curitiba recebe criminalidade de forma volante e intensa da região metropolitana. A cidade tem um território pequeno e as pessoas moram mais na região e a criminalidade nos visita todos os dias", explica.


A Capital do Paraná permanece com um índice de homicídios alto. São 33,6 mortes para cada 100 mil habitantes, quase o triplo do que é registrado na cidade de São Paulo, que em 2012 teve 12,02 assassinatos para cada 100 mil moradores – a capital paulista registrou 1.368 mortes violentas no ano passado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o teto do índice seja 10 mortes para 100 mil pessoas.

Queda – Mesmo com números ainda alarmantes, o número de 2012 só não fica abaixo do que foi divulgado pela SESP em 2007, quando o relatório estatístico de criminalidade apontou 549 homicídios dolosos. O pico de criminalidade em Curitiba, entre 2007 e 2012, aconteceu em 2010, quando a capital teve 750 mortes violentas.


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