Dos seis prédios de Ponta Grossa tombados pelo Patrimônio Histórico Estadual, três estão em processo de reforma há mais de dois anos e as obras não são concluídas por falta de recursos. Nos outros três, a ação do tempo já começa a ser sentida.
O Museu dos Campos Gerais, pertencente à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), é um dos prédios que precisa de restauração com urgência. Concluído em 1928, nunca recebeu melhorias em sua estrutura. O resultado do abandono está por toda parte. Nas paredes existem rachaduras e a pintura foi danificada pelas infiltrações de água. O forro está sendo destruído por cupins e o telhado permite infiltrações. Na junção da escada com o primeiro pavimento houve um afastamento da madeira, o que obriga os diretores do museu a controlar o acesso, para evitar peso em excesso.
Segundo o diretor do museu, professor Flamarion Laba da Costa, os problemas ainda não comprometeram o acervo. "Mas se não for feita a restauração em breve, ele pode ser prejudicado", afirmou. Duas salas foram desocupadas para garantir a integridade do acervo. "Com criatividade estamos conseguindo fugir das infiltrações", contou o diretor.
No final de março, Costa esteve em Curitiba, acompanhado do pró-reitor de Extensão e Assuntos Culturais (Proex) da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Emigdio Enrique Orellana Jimenez. O museu é administrado pela Pró-Reitoria. Eles estiveram em audiência com a secretária de Estado da Cultura, Mônica Rischbieter, pleiteando recursos para reforma do prédio, mas até agora não obtiveram resposta. "O próprio museu do Estado está com dificuldades na sua estrutura e certamente a prioridade será para o prédio da capital", lamentou Costa.
A UEPG também busca mais verbas para concluir a reforma do prédio que abrigava a Proex. A reforma começou em 1997 e ainda faltam 20% dos serviços para a conclusão da obra. Para isso, seriam necessários R$ 150 mil.
Como não há recursos, a reforma está parada há mais de seis meses. A falta de cuidado com o prédio acaba comprometendo parte da reforma que já foi concluída. Um funcionário da Proex disse que há dois meses uma janela foi deixada aberta. Com a chuva, a umidade provocou a queda de parte do gesso do teto, que agora precisará ser refeito.
Edifício construído entre 1924 e 1928, o museu serviu para abrigar o Fórum de Ponta Grossa. A qualidade arquitetônica apresentava uma significativa beleza nos detalhes construtivos, ornamentos e trabalhos em madeira. O autor do projeto arquitetônico foi Angelo Lopes e o construtor, Paulo Ferreira do Vale. O prédio funcionou como Fórum até 1983, quando passou a acolher o museu.