Paraná

Crise na PM: manifestantes prometem ofensiva

25 jul 2001 às 10:11

As mulheres de policiais militares prometem manter o protesto. ‘A manifestação não acabou, está só começando’, ameaçou Vânia Zanella. ‘Não fomos derrotadas, porque para tentar acabar com o protesto foram mobilizados todos esses policiais’, ressaltou. Segundo ela, o movimento da mulheres saiu fortalecido.

Em função dessa provável reação, o comando da PM vai manter em estado de alerta, por tempo indeterminado, os 700 policiais que participaram da desocupação.


O clima de nervosismo estava presente desde o meio da tarde. As mulheres, que tinham programado uma manifestação em frente ao Palácio Iguaçu, cancelaram a passeata após descobrirem que aconteceria a desocupação. Elas tinham medo de enfraquecer o movimento.


A todo o momento, as manifestantes imaginavam que estavam sendo vigiadas. Elas até perseguiram três homens, que imaginavam ser do setor e inteligência da Polícia Militar. Eles foram obrigados se abrigar em uma loja e só foram liberados após apresentarem seus documentos.


Quando aconteceu a desocupação, as mulheres deram as mãos e rezaram. Depois, elas pediram aos policiais do Batalhão de Choque que se juntassem ao movimento. Como não houve adesão, algumas deitaram no chão para dificultar a retirada.


Ontem, no começo da noite, a manifestação das mulheres da PM ganhou apoio do presidente do Movimento Nacional dos Diretor Humanos, Narciso Pires. A entidade coletou declarações das manifestantes, que se sentiram agredidas pela ação dos companheiros de seus maridos. Todo esse material será encaminhado ao governador Jaime Lerner. ‘Não se pode tratar dessa maneira os movimentos sociais’, disse.

Durante à tarde, o arcebispo de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, também tentou intervir para evitar o protesto. O arcebispo procurou o governador Jaime Lerner, pedindo que não fosse realizada a desocupação, para evitar agressões contra as mulheres.


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