Paraná

Crimes de adolescentes ficam mais violentos

22 jan 2001 às 18:45

Desde 1992, o número de infrações cometidas por adolescentes entre 12 e 18 anos incompletos mantém-se estável em aproximadamente 2,6 mil casos registrados por ano em Curitiba. Em 2000, o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Infrator (Ciadi) verificou um crescimento de até 30% no grau de gravidade das infrações cometidas. Ou seja, ao invés de cometerem furtos simples, a maioria dos jovens está praticando crimes com uso de violência, como roubos à mão armada, com intimidação e lesão corporal às vítimas.

Segundo Francesco Serale, diretor do Serviço de Atendimento Social (SAS) e administrador do Ciadi, os furtos (com uso de violência) são responsáveis por 26% das detenções de menores contra 13% de roubos (sem uso de violência).


Também é grande o número de menores presos por crimes com substâncias entorpecentes: 14% foram detidos por porte, uso ou tráfico de drogas. O restante - 47% - foi preso por crimes diversos, como porte de armas (4%), lesões corporais (4%).


Uma prova de que os crimes são mais violentos é o crescimento no número de adolescentes que acompanham um programa do SAS que prevê 45 dias de permanência no órgão para os menores infratores de crimes mais graves. "Em 99 e o primeiro semestre do ano passado tínhamos entre 22 a 30 crianças. Nos últimos meses são 45 adolescentes", diz.


Outro dado que chama a atenção entre os infratores é a quantidade de menores que usam drogas: 90% são usuários. Destes, 44,7% usam maconha, 17% solventes, 13,4% usam crack e 12,6% cola. O crack é a droga que mais vem ocupando espaço entre os menores nos dois últimos anos, passando de 5% para 13,4% dos usuários.


"Muitos, por medo, não admitem que usam por droga, mas a droga é presente na vida desses adolescentes", ressalta Serale.


Indicativo de que o crime está tomando proporções maiores entre os adolescentes é o crescimento na quantidade de adolescentes do sexo feminino detidas em 2000. Desde 1992, a proporção mantinha-se em 90% de meninos presos contra 10% de mulheres. Já em 2000, a proporção passou para 87,6% de adolescentes do sexo masculino para 12,4% de meninas.


Em compensação, o número de menores infratores reincidentes diminuiu no último ano para 31,3% dos detidos contra 34,78% em 1999 e picos já verificados em outro anos de até 46% de prisões de infratores reincidentes.

Leia mais em reportagem de Maigue Gueths, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta terça-feira


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