Paraná

Crea multa prefeitura de Ponta Grossa em R$ 300 mil

16 fev 2001 às 11:28

A prefeitura de Ponta Grossa está sendo multada pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea) em mais de R$ 300 mil por ter feito obras sem projeto e sem acompanhamento de um engenheiro, na gestão do prefeito Jocelito Canto (PSDB).

A grande maioria das irregularidades está na execução de asfaltos. "Dos 69 quilômetros de obras viárias feitas na gestão passada, 40% foram executadas sem projeto e sem engenheiro responsável", conta o atual secretário de Planejamento, Joel Larocca Júnior.


Além da despesa com o pagamento da multa, outro problema desencadeado pela falta de planejamento é a qualidade do serviço. Os estudos de sondagem do solo, que determinam a espessura da base do asfalto não foram feitos. Com isso, a vida útil do pavimento se torna irregular. "Em alguns pontos da cidade, essa base pode até ter sido feita de forma certa, mas em outros já estamos percebendo problemas, como a deterioração do pavimento", conta Larocca.


Os erros de drenagem também são comuns. Bocas de lobo foram colocadas em locais inadequados. A colocação de meio-fio ficou por conta dos moradores, que não receberam orientação nenhuma, resultando na falta de alinhamento. "Mas estes problemas são mais fáceis de resolver. O problema para o qual não há solução é falta de planejamento para a determinação da espessura da base asfáltica", insiste o secretário.


No início da semana, ele procurou o presidente do Crea, Luis Antônio Rossafa, para tentar uma negociação. E segundo Larocca, Rossafa determinou que o departamento jurídico do órgão estude a possibilidade de transferir as multas da prefeitura para a pessoa física que autorizou as obras, no caso, o prefeito Jocelito Canto. "Não podemos punir a população por atitudes impensadas de algumas pessoas", defende Larocca. Segundo ele, com os R$ 300 mil de multa a prefeitura poderia construir 74 casas de 40 m.

O ex-prefeito Jocelito Canto foi procurado pela Folha, mas não foi localizado e não retornou aos recados deixados. Já a informação sobre o ex-secretário de Planejamento, Erlei Borato, era de que ele estava em uma fazenda, sem telefone.


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