A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas voltará ao Paraná no final de maio para começar as audiências públicas nos municípios paranaenses em que há casos suspeitos de adoção ilegal. Será a segunda audiência pública no estado para apurar as suspeitas. A cidade de São João do Triunfo será a primeira a ser visitada.
A data em que ocorrerá a audiência ainda não foi divulgada, mas, segundo o deputado federal e vice-presidente da CPI, Fernando Francischini (PEN-PR), além de ouvir os casos apurados de São João do Triunfo, a CPI vai convidar membros dos Direitos Humanos, Ordem dos Advogados do Brasil no Paraná (OAB-PR), Ministério Público do Paraná (MPPR) e o Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR). "Vamos convidar todos os órgãos para que, se possível, contribuam para o andamento das investigações".
São João do Triunfo concentra um caso considerado essencial para as investigações da comissão. Sete crianças de uma mesma família teriam sido retiradas dos pais e levadas para adoção nos Estados Unidos. A filha mais velha, depois de completar 18 anos (na época da adoção ela tinha 12 anos) voltou ao Brasil para denunciar o caso.
De acordo com o deputado, são 26 cidades do Paraná com casos suspeitos de envolverem procedimentos ilegais na adoção. Todas as adoções teriam sido intermediadas por Audelino de Souza, o Lino, ex-funcionário da ONG Limiar Brasil. A entidade, em nível nacional, também é suspeita de intermediar adoções ilegais.
Outros parlamentares da CPI devem ouvir casos também em nove cidades de Santa Catarina, casos que, possivelmente, foram intermediados por Souza. Os dois estados concentram 355 casos considerados pela CPI como prováveis adoções irregulares. Depois de São João do Triúnfo, outras cidades paranaenses devem ser visitadas e as datas serão marcadas de acordo com o andamento dos trabalhos da comissão.