A polícia do Paraná e a CPI Estadual do Narcotráfico investigam 400 pessoas suspeitas de remeterem dinheiro ilegalmente para outros países. O valor envolvido nas transações podem atingir R$ 10 milhões. Os números são baseados em estudos feitos no final do ano passado pelo procurador da República Celso Três. Casos como esses de lavagem de dinheiro e as formas de prevenção serão discutidas durante encontro de juristas que acontece entre hoje e amanhã, em Curitiba.
O vice-presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Manoel Lauro Volkmer de Castilho, acredita em avanços nas investigações sobre as lavagens de dinheiro. "Para melhorar as formas de rastreamento do dinheiro que está sob suspeita seria ideal a quebra do sigilo bancário, mas isso poderia gerar uma outra situação como a perda da privacidade. É uma questão a ser discutida", afirmou o juiz.
Um documento do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), vinculado ao Ministério da Fazenda, em Brasília, indica algumas operações que podem ser utilizadas para lavagem de dinheiro. Segundo o informe qualquer tipo de operação que envolva valor superior a R$ 10 mil deverão ser consideradas suspeitas.
Além disso os depósitos em fundos de investimentos com cheques de terceiros, constantes saques de fundos de investimento antes do vencimento, com perda de rendimentos e empréstimos cujas finalidades não são bem claras também ficam na mira do Banco Central.
Para checar as operações financeiras que continuam nebulosas no Paraná, hoje os parlamentares da CPI se encontram com representantes da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, na divisa do Brasil com o Paraguai.
Um dos objetivos será a checagem das contas CC-5, contas correntes de residentes no exterior abertas junto a bancos no Brasil autorizados a possuir carteira de câmbio. Para o juiz Manoel Lauro, a redução no tempo das investigações e a maior aplicação da lei podem significar uma redução nesse tipo de crime. "Avançamos no aspecto jurídico, mas ainda precisamos colocar os responsáveis pelos crimes na cadeia para que não fique a sensação de impunidade", concluiu.