O coordenador do Comitê Suprapartidário pela Solução do Pedágio, formado pelos partidos de sustentação do governo (PMDB, PT, PPS, PC do B, PV e PL), Doático Santos, disse nesta quinta-feira em Londrina que o governador Roberto Requião (PMDB) deve anunciar nos próximos dias medidas contra a tarifa de pedágio.
''Acabou a paciência do governador. Estamos a poucos dias de termos uma grande ação que colocará fim à essa extorsão'', garantiu Santos.
O comitê coordenou nesta quinta-feira, na Câmara Municipal de Londrina, uma audiência pública para mobilizar a população para a discussão do pedágio nas rodovias do Paraná. Reuniões como esta já foram realizadas em Cascavel e Maringá.
O Comitê, a Organização das Cooperativas no Paraná (Ocepar) e o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge) querem a realização de um estudo para avaliar o impacto das tarifas nas atividades produtivas.
A Ocepar já entregou um levantamento ao governador com números do setor agropecuário.
Segundo o estudo, 315 mil caminhões de cinco eixos trasportaram 67% do volume de soja e milho exportado por meio do Porto de Paranaguá, passando por 28 praças de pedágio.
O valor gasto em média, por carga, na viagem de ida e volta, foi de R$ 256,61, o equivalente a 74.114 hectares de milho, ou 6,19% da safra paranaense do grão.
Outro estudo mostra que o custo do pedágio na Argentina é bem inferior ao brasileiro.
Para percorrer 1.045Km nas rodovias argentinas (Mendoza a Buenos Aires), o motorista gasta R$ 18,69, em sete praças.
Para percorrer 721 Km nas rodovias paranaenses (Foz do Iguaçu a Paranaguá), o gasto é de R$ 45,20 em dez praças de pedágio.
Nem toda a comunidade é a favor de acabar com o pedágio. Muita gente acredita que a extinção possa fazer com que as estradas fiquem sem manutenção e que serviços hoje prestados pelas concessionárias, como ambulâncias, guinchos e outros, não serão mais oferecidos.
O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Londrina e Região (Sindican), concorda com o pedágio desde que seja colocado em prática o vale pedágio que isentaria 75 mil caminhoneiros.
Durante a audiência foi distribuído um abaixo-assinado propondo a intervenção nas concessionárias ou a decretação de nulidade dos contratos de concessão.
O abaixo-asinado, que começou a circular terça-feira em Cascavel, deve ser entregue ao governador no próximo dia 31. A intenção é colher 500 mil assinaturas.