Sete, dos 16 recém-nascidos que apresentaram sintomas de infecção hospital na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal do Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), já receberam alta. O HC não descarta, no entanto, a possibilidade de nova contaminação. Até ontem, estavam internados 26 bebês considerados de alto risco (a maioria prematuros) na unidade, que tem capacidade para receber 25 crianças. Nove continuam contaminados.
O foco de infecção hospitalar foi detectado há um mês, quando a lotação da UTI neonatal ultrapassou pouco mais de 40% da sua capacidade. A UTI neonatal chegou a receber 36 bebês de alto risco. A unidade não chegou a fechar, mas para as novas internações, o hospital solicitava que as mães assinassem um documento alegando estarem cientes do risco de infecção.
O documento alertava que as salas estavam superlotadas e acusava a existência de bactérias resistentes a antibióticos dentro das unidades. Na declaração, assinada por 22 gestantes, o hospital informava dos riscos de infecção hospitalar a que os bebês estariam sujeitos durante a internação.
As bactérias encontradas na unidade são as chamadas Klebsiella e E.Coli. "Esta última considerada multiresistente", informou o chefe da UTI neonatal Mitsuo Miyaki. Ele admite a possibilidade de novos casos e diz que o maior risco é que são bebês suscetíveis a infecção. "Esse tipo de infecção é grave porque não tem manifestação clínica da doença, mas quando ela aparece, a evolução é rápida e pode levar à morte."
O problema não é inédito. A UTI neonatal do HC apresentou infecção hospitalar no ano passado, inclusive com intervenção do Ministério Público. Miyaki reconhece que a situação não foi controlada. "Tanto que há reicidência", ressalta, afirmando que o problema é político. Segundo ele, o número de leitos disponíveis para bebês de alto risco em Curitiba não atende a demanda. Além do HC, apenas as maternidades do Hospital Evangélico, do Trabalhador e Nossa Senhora das Graças têm capacidade para atender gestantes de risco.
Leia mais em reportagem de Katia Michelle, na Folha do Paraná/Folha de Londrina desta sexta-feira