Paraná

Consumidor compra notebook e recebe tijolo

26 jul 2007 às 20:00

Quando comprou o tão sonhado notebook para trabalhar nos filmes que faria no curso de cinema, o músico Emerson Udovic não imaginava o transtorno que uma simples compra pela internet traria à vida dele. No lugar do computador, ele recebeu uma caixa cheia de tijolos. O caso serve para alertar mais uma vez para os cuidados na hora de fazer compras pela internet.

No início do mês, Udovic, que mora em Brotas, no interior de São Paulo, entrou em contato com um rapaz chamado Luiz pelo site Mercado Livre, interessado em adquirir o notebook da Apple que ele tanto precisava. ''Um notebook dessa marca e com as configurações que eu queria custava em torno de R$ 2,5 mil e ele estava vendendo por R$ 1,8 mil'', disse.


Udovic chegou a questionar Luiz sobre a procedência do computador e foi informado que o vendedor havia recebido o notebook como pagamento por um serviço prestado e que a mercadoria estava embalada e tinha nota fiscal. O músico duvidou ainda do telefone e endereço fornecidos pelo suposto vendedor.
''Procurei o endereço no auxílio à lista e descobri um outro número de telefone que não tinha nada a ver com o que ele tinha me passado'', lembrou Udovic. ''Perguntei para ele sobre isso e ele me enrolou e acabei acreditando na conversa dele.'' O endereço que Luiz havia passado para o músico fica no Jardim Marabá, Zona Leste de Londrina.


O músico, então, depositou o dinheiro em uma conta poupança de um banco de Assaí, de onde Luiz dizia ser. Na sexta-feira, 6 de julho, o sedex, supostamente contendo o notebook, teria saído de Assaí e chegou à Brotas na terça-feira, 8 de julho. ''Quando vi o tijolo, registrei um boletim de ocorrência na delegacia aqui em Brotas e liguei para o gerente do banco cancelar o depósito, mas ele disse que era tarde demais''.


Udovic contou ainda que os policiais informaram que o BO só chegaria à Londrina, para onde Luiz teria se mudado com a esposa (nome titular da conta poupança), dois meses depois. ''Também abri um processo, mas o advogado me disse que demoraria muito para chegar ao Paraná e que o dinheiro já estava perdido'', completou o músico, que durante a transação também conversou com um suposto entregador chamado Ricardo, que trabalhava com o casal.


''O nome de usuário dele no Mercado Livre era Castanho Escuro e ele dizia ser vendedor de peças para computadores, mas não havia nenhum link da empresa dele'', declarou Udovic, assinalando que vendeu um carro para comprar o computador e acabou perdendo todo o dinheiro.


A reportagem tentou contato com o gerente da Caixa em Assaí, mas ele está de férias. Segundo Udovic, o mesmo golpe teria enganado pelo menos outros dez consumidores.

Segundo o delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial de Londrina, Sérgio Barroso, pouco se pode fazer neste caso. ''Só cai em golpe quem também quer levar vantagem e é claro que o golpista vai dar desculpas para enrolar o consumidor''.


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