Paraná

Conselho discute saúde dos índios

04 abr 2001 às 12:13

Ao longo do Litoral Sul do Brasil - Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo - existem cerca de 3.500 índios espalhados por toda a região. Só no Paraná, a população indígena é de 10,5 mil pessoas, distribuídas em 48 aldeias de 17 reservas. Preocupado em aprimorar e redirecionar alguns procedimentos com relação à saúde dessas pessoas, o Conselho Distrital de Saúde Indígena Litoral Sul se reúne, desde ontem, no Hotel Ouro Verde, em Curitiba, para analisar e ajustar alguns pontos considerados prioritários.

O conselho - composto por cerca de 40 pessoas, entre lideranças indígenas e profissionais de saúde - está discutindo temas como organização do Distrito Especial Indígena, reflexão sobre organização de serviços de saúde nas áreas indígenas, contratação de recursos humanos em Santa Catarina e Paraná, convênio com a Associação dos Rondonistas, conselhos locais e auto-sustentação.


O coordenador da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Paraná, Hélio Sanselice, explica que o principal assunto a ser analisado pelo conselho são os obstáculos e os avanços na implantação dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas dentro do âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo ele, as doenças mais corriqueiras entre os índios são as verminoses, as parasitoses, as doenças respiratórias, o alcoolismo, a desnutrição e a cárie. "Atualmente, os índios estão recebendo atendimento básico de saúde dentro das próprias aldeias. O atendimento é feito por equipes da Associação dos Rondonistas. Quando os casos são mais graves, são encaminhados para hospitais dos municípios próximos, que fazem o atendimento através do SUS".


Sanselice explica ainda que, no Paraná, além dessas medidas, o governo tem repassado R$ 45 mil/mês, distribuídos entre diversos hospitais do Estado, "sempre pensando em suprir as possíveis deficiências do atendimento do SUS". Nos próximos meses, parte desses recursos vão ser repassados para que as prefeituras contratem mais equipes de saúde para as aldeias.

Esses assuntos servirão de base para a III Conferência Nacional de Saúde Indígena, que será realizada de 14 a 18 de maio em Luziânia (GO).


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