Paraná

Comércio online será de US$ 4,64 bilhões em 2006

08 ago 2001 às 17:27
O cenário atual da economia brasileira abre uma janela importante para os anunciantes na internet. A crise possibilita maior negociação de valores com as companhias pontocom e, mesmo com a retração da economia, o número de internautas continuará crescendo.
A avaliação é da diretora geral no Brasil da Jupiter Media Metrix, Angela Marsiaj, durante evento que comemorou hoje, dia 8, um ano de atuação da companhia no país e também informou as perspectivas de crescimento da web brasileira nos próximo cinco anos: em 2006, o Brasil terá 34 milhões de internautas, contra os 11 milhões de usuários no ano passado.
Angela oficializou a transferência da central de pesquisa latino-americana da Jupiter de Nova Yorque para São Paulo. A empresa atua na área de medição e avaliação da audiência no mundo virtual. "As fusões e aquisições que vêm ocorrendo no setor, em decorrência da crise econômica, não vai afetar o ritmo de crescimento de internautas", afirma.
Com a retração do mercado e as quedas dos investimentos em publicidade, Angela afirma que ainda é possível investir na internet, mesmo com poucos recursos e conseguir focalizar muito bem o seu público.
Para ela, os mitos de que só usam a internet menores de idades, que a internet é só sexo e que não tem potencial de vendas, precisam ser abolidos. "Os sites de sexo consomem apenas 3,3% do tempo dos internautas, 78,7% dos navegantes têm mais de 18 anos, 50% e 40% são das classes A e B, respectivamente. O potencial de consumo é sim muito alto."
Lucas Grave, chefe de pesquisa da Jupiter Latino-americana, reforça a artilharia: o volume de compras online alcançará a cifra de 4,64 bilhões de dólares no Brasil, contra os 270 milhões de dólares estimados para o ano passado.
O investimento em publicidade online passará dos atuais 126 milhões de dólares, previstos para este ano, e baterá em 466 milhões de dólares em 2006. "Vai representar apenas 5% da verba publicitária, mas vai abocanhar pelo menos metade da verba publicitária do rádio", explica.
Para ele, foi muito importante o "boom" da Nova Economia ter inflado a internet no Brasil em nível menor que nos Estados Unidos. Isso porque, explica, aqui as companhias estão crescendo de acordo com seu mercado consumidor, enquanto nos Estados Unidos as empresas primeiro se expandiram, a fim de agregar valor e obter financiamento em bolsa, para depois conhecer seu mercado consumidor.
"Outra diferença importante no Brasil: há concentração de internautas em grandes centros, o que compensa a falta de volume, reduzindo o valor dos produtos. Nos Estados Unidos há volume, porém, o custo de entrega é alto pela pulverização do acesso", explica.

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