Paraná

Cinco policiais são presos por cobrar para aliviar fatos criminais de suspeitos no Paraná

15 fev 2017 às 13:18

Cinco policiais civis de Araucária (Região Metropolitana de Curitiba) e uma sexta pessoa que se passava por policial foram presos preventivamente nesta quarta-feira, durante a Operação NFL, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). A operação apura possível cobrança para aliviar fatos criminais de suspeitos. O falso policial chegava a trabalhar na delegacia da cidade, mesmo sem ser agente público.

O sexteto foi denunciado pelo Ministério Público (MP) do Paraná por associação criminosa, peculado, concussão e corrupção passiva.


Segundo apuração do Gaeco, o pseudo policial agia usurpando função pública em combinação e com o aval dos policiais. Ele fazia levantamentos em residências onde havia suspeita de alguma prática criminosa e em certos casos negociava valores para que, já na delegacia, os policiais aliviassem a situação da pessoa envolvida. Além disso, agindo como se fosse agente público, cobrava dinheiro em nome da Polícia Civil para um suposto calendário.


Em um caso destacado na ação penal, dois policiais exigiram dinheiro para alterar a situação de uma pessoa detida – em vez de tráfico de drogas, classificariam a comunicação oficial à Justiça como uso de entorpecente. Chegaram, inclusive, a devolver uma pequena porção de droga ao detido.


Em outra situação, houve uma negociação em que foram pedidos R$ 40 mil, um veículo e um relógio para deixar de anotar que a pessoa presa tinha envolvimento em outro crime, em que figuraria com nome distinto, o que poderia piorar a situação dela perante o Judiciário.


Num terceiro fato citado na denúncia, houve exigência de R$ 50 mil de suspeitos de homicídio para não solicitar prisão cautelar à justiça.

NFL são as iniciais dos nomes de alguns dos envolvidos no caso. Além do combate à criminalidade organizada, o Gaeco é o braço do MP-PR que atua no controle externo da atividade policial.


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