O profissional autônomo Adilson Fernandes Jordão, de 46 anos, morador de Umuarama, afogou-se quinta-feira (22) ao tentar tirar uma filha de um local mais profundo em uma praia de Pontal do Paraná. Atendido por um guarda-vidas e encaminhado a uma unidade de atendimento, Jordão foi levado por um helicóptero do Grupamento Aéreo da Secretaria da Segurança Pública ao Centro de Recuperação de Afogados, no Hospital Nossa Senhora de Navegantes, em Matinhos, para receber maiores cuidados. Ele ficou em observação por seis horas antes de ter alta médica.
De acordo com a enfermeira Jussara Purkot, diretora do hospital, o paciente passa bem e ficou muito satisfeito com o tratamento que recebeu. "Ele gostou muito do profissionalismo das equipes em todo o processo e disse que se pudesse dar uma nota seria mais de 10, porque é um serviço que vai ajudar muita gente", contou Jussara.
O atendimento a Adilson Jordão foi o quarto caso em uma semana e é uma demonstração da importância da iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde de implantar o Centro de Recuperação de Afogados para a Operação Verão desta temporada 2011-2012.
"Já tivemos resultados positivos com os primeiros atendimentos prestados. Observamos uma segurança muito grande das equipes de socorro, que contam agora com uma nova alternativa de tratamento para dar mais qualidade e agilidade no atendimento à população", diz o médico Vinícius Filipak, coordenador de urgências e emergências da Secretaria da Saúde e responsável pela implantação do centro.
Segundo ele, as equipes estão bem treinadas, motivadas e os equipamentos são adequados. "Esta é uma medida inédita no Estado e temos que ter a capacidade de analisar criticamente o trabalho, para verificar possíveis erros e fazer as correções e ajuste necessários para melhorar inda mais a eficácia do serviço", completou.
O Centro de Recuperação de Afogados funciona em uma sala de trauma no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Matinhos. No local foram instalados equipamentos de suporte de vida avançados e uma equipe especializada, com médico, técnico de enfermagem e enfermeiro, foi capacitada para receber as vítimas de afogamento de todo o Litoral, das 8 às 20 horas, durante o verão. Conforme o grau do afogamento (que vai de um a seis), o paciente é encaminhado para unidades com maior capacidade, como o Hospital Regional, em Paranaguá, ou permanece na unidade em observação, para que o quadro seja estabilizado e o paciente, liberado.
A iniciativa de criar o Centro tem parceria e apoio do Corpo de Bombeiros, que é responsável pelo monitoramento e salvamento na orla paranaense, e conta com o trabalho do Grupamento Aéreo da Secretaria da Segurança Pública, que é responsável pelo transporte com helicópteros, para acelerar o atendimento às vítimas.
Apenas na temporada passada os bombeiros registraram 1.200 resgates de vítimas de afogamentos em diferentes graus no Litoral e 13 mortes. No Brasil, ocorrem aproximadamente 7 mil mortes por ano por afogamento. Mais de 70% ocorrem em água doce e a maioria das vítimas é do sexo masculino. A orientação para toda pessoa que vai entrar em um corpo d’água é procurar sempre locais onde há um guarda-vidas.