Paraná

Casas de prostituição do Paraná serão investigadas

22 jul 2003 às 21:37

A Promotoria de Investigações Criminais (PIC), órgão vinculado ao Ministério Público, promete fiscalizar as casas noturas e bares executivos espalhados pelo Paraná. As técnicas utilizadas para a fiscalização e fechamento de casas que favorecerem a prostituição estão sendo mantidas sob sigilo, para não atrapalhar o trabalho dos promotores e procuradores.

De acordo com o promotor Dicesar Augusto Krepsky, a polícia tem sido tolerante com esse tipo de crime no Paraná. ''O favorecimento à prostituição é crime e a polícia tem sido muito tolerante. Não só em Curitiba, mas em todo o Paraná'', declarou o promotor, em entrevista à Folha.


A PIC já recebeu as cópias de dossiês, fitas cassetes de escutas telefônicas judiciais na Sauna Imperial e documentos com laudos feitos num computador apreendido no estabelecimento e que comprovariam o favorecimento à prostituição em Curitiba. A Sauna Imperial foi fechada no dia 2 de julho e três pessoas foram presas, sob acusação de favorecimento à prostituição.


Outras 40 mulheres que trabalhavam no local foram encaminhadas para prestar esclarecimentos à Central de Polícia Integrada. As investigações tiveram início a partir de uma denúncia feita por uma mãe preocupada com a filha que frequentava a sauna e que está com aids.


As fitas também indicam o envolvimento de policiais civis com a rede de prostituição e drogas em Curitiba. Distribuição de medicamentos abortivos proibidos no Brasil e pagamento de propina para que a polícia não fiscalizasse intensivamente o local são citados nas gravações telefônicas.


A análise de um computador apreendido na Sauna Imperial mostrou ainda que programas piratas eram usados para catalogar as garotas de programa que atendiam no local. Os laudos foram assinados pela perita Chaiana Eleonora Simmler.


Todos os documentos sobre a sauna estão protocolados na Central de Inquéritos, órgão vinculado à Justiça. O juiz de direito designado para a Central de Inquéritos, Marcelo Ferreira, solicitou e recebeu os autos com os depoimentos das 40 mulheres que trabalhavam na sauna no momento da batida policial no último dia 2 de julho. Os depoimentos, que fazem parte de um inquérito elaborado pelo delegado Dirceu Nascimento, da Central Integrada de Polícia, foi relatado no prazo de dez dias.

O governador Roberto Requião (PMDB) determinou nesta terça-feira a apuração rigorosa das denúncias envolvendo policiais civis à uma rede de sexo e drogas no Paraná. A reportagem tentou contato com o delegado geral, Adauto Abreu de Oliveira, para repercutir a acusação do Ministério Público, mas não retornou as ligações feitas pelo jornal durante o dia.


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