Paraná

Casas de bingo começam a fechar as portas em Curitiba

11 abr 2003 às 18:20

A maioria das casas de bingo de Curitiba fechou as portas nesta sexta-feira, mesmo antes dos donos serem notificados pelo Serviço de Loterias do Paraná (Serlopar).

A orientação de suspender as atividades partiu do Sindicato dos Bingos do Paraná (Sindibingos), que preferiu não bater de frente com o governo, depois da publicação em Diário Oficial, nesta sexta-feira, dos decretos do governador Roberto Requião (PMDB) que anulam resoluções de regularização da atividade.


O Bingo da Cidade, na região central de Curitiba, não acatou a orientação do sindicato e trabalhou normalmente na tarde desta sexta. A Folha tentou ouvir o proprietário, mas a equipe de reportagem foi barrada na entrada.


Um funcionário informou que o dono não daria entrevistas e nem permitiria a entrada da imprensa. Algumas pessoas que estavam na porta do estabelecimento negaram ser frequentadores e não quiseram opinar sobre o fechamento dos bingos.


A assessoria de imprensa do Palácio Iguaçu informou que o Serlopar está notificando, por carta e pessoalmente, todos os proprietários sobre o cancelamento do credenciamento junto ao órgão. Só depois desse procedimento é que as polícias militar e civil passarão a atuar no fechamento das casas que insistirem em permanecer abertas.


Proprietários de 23 dos 33 bingos existentes no Estado reuniram-se na tarde de ontem, em Curitiba, para discutir que medidas judiciais irão adotar para garantir o funcionamento das casas. Eles entendem que os decretos não anulam as autorizações emitidas pelo Serlopar entre setembro e dezembro de 2002, com validade de um ano.


Não houve consenso na reunião que durou quase três horas. Os empresários se reuniriam novamente a partir das 20h30. O vice-presidente do Sindibingos, Luiz Eduardo Dib, disse que os estabelecimentos ficariam fechados até que se definissem as providências legais.


De acordo com informações do sindicato, os bingos empregam diretamente cerca de 4 mil pessoas. Funcionários do Bingo das Flores, no centro da Capital, estavam revoltados com a decisão do governo de fechar as casas.


''O governador prometeu gerar empregos e assumiu deixando 4 mil desempregados'', criticou a funcionária Gislaine Tizzo. ''Queremos saber se ele tem um plano para empregar essas pessoas'', complementou.

A posição do governador, segundo sua assessoria, é que nada justifica a continuação de atividades ilegais no Estado e que se for considerado só o aspecto do emprego, o tráfico de drogas nos morros do Rio de Janeiro gera muito mais empregos que os bingos. ''O governo está criando empregos em outras áreas com uma política fiscal firme''.


Continue lendo