Paraná

Carta convence estudantes a não invadir Reitoria

05 set 2001 às 17:28

Os estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que estão em greve há 15 dias, decidiram que não vão ocupar o gabinete do reitor Carlos Antunes dos Santos. A ameaça veio à tona depois de uma reunião entre os universitários e Santos na segunda-feira. O motivo do recuo teria sido uma carta divulgada pelo reitor. No documento, ele se posiciona a favor de algumas das reivindicações da categoria, entre elas a suspensão da cobrança de taxas para obter comprovante de matrículas e diplomas.

Santos reitera na carta que a posição é "pessoal", mas os estudantes vão aproveitar o pronunciamento para tentar pressioná-lo, como presidente do Conselho Universitário, a convocar uma reunião com o propósito de discutir a pauta apresentada pelo comando de greve dos universitários. O conselho é o órgão máximo da UFPR onde são decididos os assuntos que afetam toda a comunidade acadêmica.


"A gente planejava ocupar a reitoria, mas como ele (Santos) escreveu a carta, a saída melhor é pressionar o conselho. A ocupação pode ser uma carta na manga em futuras negociações", afirmou Nelson Echer, que integra o comando de greve dos estudantes da UFPR. Depois da assembléia, os manifestantes se juntaram aos professores e funcionários técnicos administrativos da universidade que também estão em greve. Eles promoveram um abraço simbólico do prédio histórico da instituição, na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba.

Estudantes do curso de Medicina, que são contra a greve, mas solidários com as reivindicações dos professores, também participaram do ato. O presidente da Associação dos Professores da UFPR, Francisco de Assis Marques, disse que está em jogo a soberania do ensino público gratuito.


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