Desde que assumiu o governo do Paraná, a pré-candidata à reeleição Cida Borghetti (PP) percorreu quase um município do Estado por dia. Ela está no cargo desde 6 de abril, quando o ex-governador Beto Richa (PSDB) renunciou para disputar o Senado. Em 90 dias, Cida visitou 80 cidades - cerca de 20% do total.
Nesse período, segundo a governadora, foram assinados mais de 3 mil convênios, somando R$ 4 bilhões em investimentos nas cidades em áreas diversas como desenvolvimento urbano, saúde e turismo.
No dia 3, durante sabatina promovida pela Associação dos Municípios do Paraná, Cida disse que sua administração é "municipalista" e que "olha de igual maneira a todas as cidades, da menor à capital do Estado".
Em suas viagens para o interior, a governadora quase sempre vai acompanhada da filha, a deputada estadual e candidata à reeleição Maria Victoria (PP), e do marido, o ex-ministro da Saúde e deputado federal Ricardo Barros (PP), que nesta semana se colocou à disposição do partido para disputar a Presidência da República.
Só nos dias 30 de junho e 1.º de julho, último fim de semana no qual dirigentes em busca de reeleição puderam participar de inaugurações e realizar transferências de recursos -, Cida fez uma maratona para visitar 12 municípios. Entre eles, Maringá, seu reduto eleitoral, que recebeu uma obra rodoviária.
A atitude da governadora desperta críticas. Adversários afirmam que ela usa a máquina para se favorecer eleitoralmente. "Tem de parar uma hora (de assinar convênios) para deixar um pouco para a gente assinar", disse o pré-candidato ao governo Osmar Dias (PDT) na mesma sabatina, ironizando Cida e afirmando que vai vencer a eleição.
Apesar de já ter sido eleita deputada federal e estadual, Cida ainda tem alto grau de desconhecimento entre os eleitores paranaenses, segundo sondagens eleitorais. E, enquanto tenta se tornar mais conhecida, opta por fugir das polêmicas e assumir uma postura conciliadora. Durante a greve dos caminhoneiros, por exemplo, afastou um tenente-coronel que usou bombas de gás para reprimir protestos.
Apoio
A estratégia, no entanto, levou a governadora a sofrer uma derrota política, ao deixar para depois do pleito a discussão sobre o reajuste do funcionalismo estadual. O recuo representou perda de base de apoio na Assembleia Legislativa e também entre os servidores, principalmente os do Executivo. Atualmente, o governo emprega 310 mil pessoas.
Em nota, a governadora reforçou que a marca de sua gestão é o municipalismo e declarou não fazer pré-campanha. "O benefício citado pelos outros candidatos é o benefício para a população paranaense", disse.
Cida afirmou ainda desconhecer qualquer "conjectura sobre a insatisfação de parlamentares da base de apoio". "Não há privilégio ou benefício para nenhum deputado da base. Há um tratamento igualitário", completou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.