Paraná

Calendário escolar do Paraná pode depender do Carnaval

22 out 2001 às 19:33

Representantes dos municípios do Litoral do Paraná e da Secretaria Estadual da Educação decidiram criar uma comissão para estudar opções para o calendário escolar do ano que vem. A intenção é prolongar o máximo possível as férias de verão, já que os comerciantes da região se sentem prejudicados quando as aulas começam antes do Carnaval.

O acordo foi feito nesta segunda-feira, durante reunião mediada pela Associação Comercial do Paraná (ACP). Este é o quarto ano consecutivo em que lideranças do Litoral tentam mudar o calendário escolar, mas é a primeira vez que é feita uma grande reunião. A comissão foi formada com um representante do litoral, um da Secretaria da Educação e um da Secretaria da Indústria, Comércio e Turismo, um membro da Associação dos Municípios do Paraná, um da ACP e um representante das escolas privadas.


Os representantes do Litoral querem que as aulas comecem após o dia 25 de fevereiro, dez dias após o Carnaval. Segundo o líder do movimento, José Carlos Weil, da Associação Comercial de Guaratuba, o faturamento diário dos municípios litorâneos durante as férias varia de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões. "Se encurtarem as férias em dez dias, perdemos o equivalente a dez orçamentos anuais da prefeitura", afirmou.


A secretária da Educação, Alcyone Saliba, disse que é possível a implantação de um calendário que ajude os comerciantes do Litoral, desde que sejam respeitadas as legislações trabalhistas e educacionais e a política do governo em oferecer mais do que 200 dias letivos, o mínimo exigido por lei. Segundo ela, em duas das cinco opções para o calendário escolar de 2002 as aulas iniciariam no dia 25 de fevereiro.


Porém, a secretária da Educação disse que é preciso fazer um trabalho de divulgação junto aos outros municípios do Estado. "No ano passado, havia duas opções em que as aulas começavam em 2 de março. Mas 98% dos municípios, até mesmo do Litoral, escolheram datas diferentes, que começavam antes", relatou. Ela também sugeriu um estudo para apurar o perfil dos veranistas. "Tenho a impressão de que não são os pais dos alunos das escolas públicas que passam o verão na praia", observou.

Para o presidente da Associação Comercial de Pontal do Sul, Jaime Luiz Cousseau, isso não é verdade. "Infelizmente, o nosso faturamento ainda depende do início e do fim das aulas", disse.


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