Paraná

Brasil lidera mortes por câncer de colo de útero

18 out 2001 às 18:24

O Brasil é o primeiro País do mundo no ranking das mortes entre a população feminina provocadas pelo câncer de colo do útero. Todo ano, a doença mata aproximadamente 250 mil mulheres. Precupados com os alarmantes índices de mortalidade, cerca 1 mil médicos de todo o País estão reunidos, em Curitiba, no 12º Congresso Brasileiro de Patologia do Trato Genital Inferior e Colposcopia, discutindo métodos de diagnóstico e tratamento desse tipo de câncer.

Para a médica Rita Zanine, coordenadora do evento, o maior problema é a falta de informação. "Apenas 7% das mulheres brasileiras fazem o exame preventivo", disse. O método mais comum de diagnóstico é o chamado "papanicolau", em que se colhe material do útero para exame. Segundo ela, existem outras métodos de biologia molecular, mas até agora nenhum se mostrou mais eficiente que o papanicolau. "Não adianta ficar criando novas técnicas se as que existem não são utilizadas", avaliou.


Rita defende a ampliação dos "programas de rastreamento" pelos órgãos de saúde pública para estender o exame preventivo ao maior número possível de mulheres. "As mulheres precisam saber que todo ano devem fazer o exame preventivo", alertou.


Ela explica que 100% dos casos de câncer de colo do útero têm cura e dispensam a "mutilação" (cirugia de retirada do útero), desde que diagnosticados na fase pré-invasiva (inicial). Por isso, a importância do exame preventivo. O tratamento pode ser feito em consultórios por meio de "cirurgia de alta frequência", que se utiliza de um bisturi elétrico para remover a lesão. Cerca de 95% dos casos são causados por lesões infecciosas como a provocada pelo vírus HPV (Papiloma Vírus Humano). O tabagismo também é apontado como uma das causas da doença.


De acordo com a médica, Curitiba é a capital que apresenta o melhor índice de mulheres que fazem o preventivo do câncer. Cerca de 60% da população feminina, segundo ela, têm acesso ao exame.

A Prefeitura de Curitiba tem o programa "Viva Mulher", que realiza exames preventivos gratuitos em 94 unidades de saúde básicas. No primeiro semestre deste ano, foram realizados 58,2 mil exames, sendo que em 1,6 mil foram identificadas alterações. Em apenas 30 mulheres, houve confirmação do câncer. Dados da prefeitura mostram que o número de mortes vem se reduzindo nos últimos três anos. Em 1998, 104 foram vítimas da doença. Em 99, o número caiu para 80 e, no passado, 66 óbitos foram confirmados.


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