Paraná

Bonecos para gente grande

27 jul 2001 às 10:47

Com formação profissional em música, o catalão Jordi Bertran deixou-se embriagar pela magia dos títeres e hoje, dedica-se a criar e construí-los para a companhia que leva seu nome. O grupo trouxe para o 10º Festival Espetacular de Teatro de Bonecos duas peças: "Antologia" e "Poemas Visuais", ambas para público adulto ou com idade superior a sete anos.

Foi assistindo a um espetáculo de rua em 1977 que Jordi Bertran começou a ficar deslumbrado com os bonecos. "Percebi que as marionetes exerciam um poder muito grande sobre as pessoas e que eu também poderia usar essa linguagem para me expressar. Alí mesmo na rua, comecei a tocar um instrumento e as marionetes foram me acompanhando", conta.


Desta forma, Bertran formou um grupo, que tinha como sede um casarão abandonado em Barcelona. Por um ano, o grupo atuou nas ruas da cidade. Durante esse tempo, Jordi começou a interessar-se por construir bonecos e em três anos passou a fazer seus próprios bonecos com papier maché e madeira.


Uma atriz e dois músicos integram o grupo que atua hoje na companhia. Eles mesmos criam as histórias, os bonecos e os espetáculos. A primeira peça montada por esse grupo foi "Antologia", apresentada ontem no Guairinha. Para essa coletânea foram reunidas sete pequenas histórias que têm como personagens o pintor Salvador Dalí, o músico Louis Armstrong, um faquir, um clown, o violoncelista Pau Casals, um alquimista, e um esqueleto roqueiro.


"O mais importante para mim é dar vida às formas inanimadas. Cada marionete existe por ela mesma. A iluminação, colocando na penúmbra os manipuladores, possibilita uma maior atenção aos bonecos, que ficam no chão, em Antologia, e em cima de um palco em Poemas Visuais", conta Bertran.

A peça "Poemas Visuais", em cartaz dia 29, às 11h e às 15 horas, no Guairinha, é inspirada no poeta catalão Joan Brosa, que trabalha com poesia visual fazendo instalações com letras. "Ele faz poemas coloridos, onde as letras têm uma intenção dramática. Um dos poemas de Joan foi a faísca para a criação dessa encenação, que pode ser caracterizada como um espetáculo contemporâneo de signos", adianta. As letras são feitas de espuma, e a técnica utilizada é marionete de varetas.


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